segunda-feira, 28 de julho de 2014

HISTORIA DO AVIVAMENTO NA INGLATERRA EUROPA

 

 

AVIVAMENTOS NA EUROPA

    Após a reforma a história da igreja evangélica  na Alemanha não é muito alegre.Foi um período sombrio marcado por disputas teológicas fúteis,de discórdias entre luteranos e reformados que somente veio a se encerrar com a chamada "formulada concórdia"em 1577.


                                         OS PIETISTAS

Neste período floresceu na Alemanha um movimento que visava renovar a igreja ,este movimento foi chamado de 'PIETISMO".Seus lideres foram os pastores  Felipe Jacó espiner(1635-1705)juntamente augusto herman,pregavam sem rodeios sobre o pecado e seus efeitos e a necessidade de arrependimento.Entre os que foram atingidos pela palavra ungida dos pietistas estava o conde nicolau zizenford(1700-1760).



                                PIETISMO ALEMÃO

Em meados do século XVII, o ímpeto da igreja luterana tinha decaído notavelmente na Alemanha. O fogo inicial da Reforma tinha decaído progressivamente em uma morna religião institucionalizada. O ardor espiritual tinha cedido o seu lugar a uma ortodoxia fria e altamente intelectualizada. A fé se converteu, por obra de teólogos posteriores a Lutero, em pouco mais que uma série de verdades doutrinários em forma de proposições teológicas, transmitidas de uma geração para outra. E também, na matéria de um debate interminável com outros credos e confissões protestantes.
O cristianismo autêntico era considerado como mera correção doutrinária e sacramental, sem importar a condição espiritual e moral dos crentes. O papel dos assim chamados «laicos» era meramente passivo, e se reduzia a aceitar os dogmas da igreja e receber os sacramentos. Essa era a «suma» da vida cristã naqueles dias. Claramente, tratava-se de um território muito árido para o desenvolvimento da vida interior do Espírito. Em conseqüência, o estado espiritual dos crentes era, em geral, muito deplorável.
pietismo foi uma reação contra este estado de coisas no interior da igreja luterana. Os pietistas não rejeitavam a reforma nem a teologia de Lutero; mas as consideravam incompletas. Costumavam chamar à ortodoxia luterana uma «ortodoxia morta», porque não revelava nenhuma realidade espiritual. De fato, um dos seus lemas favoritos era: «É melhor uma heresia viva que uma ortodoxia morta». Por isso, punham uma grande ênfase na necessidade de uma fé viva e real, experimentada no coração, que fizesse diferença visível entre o cristianismo verdadeiro e o falso.
Na verdade, deviam lutar com a pesada herança de Lutero e sua igreja estatal da Alemanha, onde era impossível distinguir entre crentes e não crentes. Os pietistas procuraram zelosamente fazer visível a autêntica igreja de Cristo e distingui-la dos falsos crentes.Para obter o seu objetivo, seguiram um caminho próprio e original. Negaram em se separar da igreja luterana e tentaram reformá-la por dentro. Tentaram aproximar-se o máximo ao modelo de igreja do Novo Testamento, criando uma espécie de «pequena igreja dentro da igreja» (ecclesiolae in ecclesia), onde se praticava o sacerdócio de todos os crentes – verdade fundamental do luteranismo, carente de expressão real até então. Assim, o seu lema foi «A Reforma segue em marcha».
Admiravam e aceitavam a teologia de Lutero, mas consideravam que o reformador deixou a sua obra inconclusa. Paradoxalmente, o seu maior êxito foi obtido fora dos muros de sua querida confissão luterana. Outros crentes tomariam o seu estandarte e ensinos para canalizá-las em uma poderosa corrente espiritual cujas conseqüências seguem hoje plenamente vigentes.

Os começos
     Muitos historiadores coincidem em assinalar a Johann Arndt como o precursor do pietismo. Em 1610 publicou um livro que seria considerado ‘a Bíblia’ do movimento, chamado «Quatro livros sobre o cristianismo verdadeiro». Nele enfatizava a necessidade de que todo cristão passe pela experiência do novo nascimento. A vida cristã devia ser vivida, de acordo com ele, em uma união viva e vital com Cristo. Argumentava, além disso, que a pureza doutrinária seria mantida melhor por uma vida santa que pelas disputas teológicas.Arndt não fez, no estrito sentido, parte do movimento pietista, mas contribuiu profundamente para modelar o seu espírito e vocação característicos. O seu livro circulou amplamente por toda a Alemanha e alcançou uma fama superada apenas pela própria Bíblia.
Depois de Arndt, surgiu a figura de Philipp Jakob Spener. Este foi um ministro luterano que, nos seus primeiros anos, foi influenciado pelos ensinos do reformador de origem francesa Jean de Labadie, quem trabalhou arduamente pela unidade da igreja na Holanda, e pelos escritos de Richard Baxter, o notável pastor puritano que encabeçou um avivamento em seus dias.Spener estava profundamente preocupado com a condição espiritual em que se achava a igreja de seus dias. Em 1670, sendo pastor em Frankfurt, começou um programa de reforma que teriam vastas conseqüências. Reuniu em sua casa um grupo de crentes que compartilhavam as suas idéias, com o objetivo de orar, discutir os sermões do domingo, e ajudar-se mutuamente a aprofundar a sua vida espiritual. Estes círculos de crentes se estenderam por muitas congregações luteranas e foram conhecidos como «collegia pietatis» (grupos piedosos), de onde proveio o nome «pietismo».
Spener e os pietistas estavam decididamente convencidos de que a doutrina luterana do sacerdócio de todos os crentes devia ser levada em prática de maneira efetiva. O próprio Spener declarou em certa ocasião: «Oh, quem me dera conhecer uma assembléia reta em todas as coisas, doutrina, ordem, e prática; o qual faria dela o que uma assembléia cristã e apostólica devia ser, tanto na doutrina como na vida».Um movimento semelhante dificilmente causaria rejeição em nossos dias. No entanto, foi amplamente rejeitado por alguns membros do clero e a autoridade civil nos dias de Spener, pois parecia que transgredia gravemente a ortodoxia luterana oficial. As acusações de heresia não se tardaram em acontecer.
As idéias pietistas de Spener foram expostas em seu livro «Pia Desideria» (desejos piedosos), que pode considerar-se com justiça o tratado fundamental do movimento. Nele, Spener expõe os males da igreja alemã e os passos necessários para a sua restauração. Entre esses males encontra: a intromissão do governo nos assuntos da igreja (pois Lutero a tinha colocado sob o controle dos príncipes), a conduta pouco cristã de muitos clérigos, as inúteis disputa teológicas, e a embriaguez, ambição e imoralidade reinou entre os laicos.Seu plano de reforma incluía a extensão dos círculos piedosos como uma «ecclesiolae in ecclesia» a fim de fomentar a vida espiritual e a ajuda mútua entre os crentes, pois cria firmemente que uma grande parte do problema radicava na condição passiva dos chamados «laicos» na igreja, em contraposição ao claro ensino do Novo Testamento.
Também advogava pelo fim das controvérsias teológicas, pois dizia que a verdade não se encontra nos sistemas teológicos, mas na experiência do coração. Segundo Spener, a transformação interior é o assunto vital da experiência cristã. Por isso, defendia a necessidade de que os cargos clericais fossem ocupados por homens verdadeiramente regenerados, que mostrassem evidências de uma vida transformada.Em suma, tratava-se de um verdadeiro plano de reforma, centrado na renovação interior e a «religião do coração», como gostavam de dizer os pietistas. No entanto, a reação de uma parte do clero não se fez esperar, pois a crítica de Spener revelava muitas falências. Foi acusado de heresia, em especial por sua oposição à «autoridade final» do credo luterano oficial, e seu desejo de retornar à Escritura como única fonte de autoridade.
A verdade é que Spener não se opunha à teologia de Lutero, mas às práticas luteranas de seus dias. Escreveu: «A doutrina da nossa igreja (luterana) não pode ser culpada por nada disto, pois se opõe vigorosamente a estas ilusões».No entanto, foi expulso de Frankfurt e chegou a ser capelão da corte do príncipe da Saxonia em Dresden. Ali continuou com suas atividades a favor de uma reforma, mas também enfrentou à oposição das universidades saxônicas. As suas reuniões piedosas estavam no centro da controvérsia, e eram consideradas subversivas para a sã doutrina e a estabilidade da igreja, pois fomentavam o interesse dos «laicos» pela teologia e os assuntos eclesiásticos, pondo em dúvida –diziam– a autoridade do clero.Também lhe acusava de divisionismo. É certo que Spener sempre se opôs às tendências separatistas dentro do pietismo, mas seguramente muitos dos seus membros chegaram a considerar como inevitável a separação. Contudo, o pietismo nunca chegou a ser um movimento organizado, mas uma profunda corrente espiritual que permearia a igreja até hoje.
Spener se viu obrigado a deixar Dresden após repreender pastoralmente a intemperança do príncipe eleitor. Aceitou então o convite do príncipe eleitor de Brandenburgo, Henrique III, que mais tarde se tornaria o rei da Prússia. Estabeleceu-se em Berlim, de onde continuou a sua obra até a sua morte em 1706, e permaneceu como ministro luterano até o fim.

Augusto Herman Francke
Durante a sua estadia em Brandenburgo, Spener contribuiria para formar o maior centro de influência pietista dos seus dias, a Universidade de Halle (1691). Entre outras coisas, convenceu o príncipe eleitor para que nomeasse como professor a outro dos grandes líderes do pietismo, Augusto Herman Francke. Tem-se dito, com justiça, que se Spener foi o pai fundador do pietismo, Francke foi o seu gênio organizador.
Francke nasceu na cidade de Lübeck, em 1663, em um lar profundamente influenciado pelos ensinos de Spener e a ortodoxia luterana. De fato, estudou na Universidade de Leipzig, considerada um baluarte do luteranismo ortodoxo. Estando ali, organizou e dirigiu um círculo pietista ao estilo de Spener ao que chamou «grupo de amantes da Bíblia». No entanto a experiência decisiva de sua vida chegaria em 1687. Até esse momento tinha «só conhecimentos mentais e nenhuma experiência do coração». No entanto uma noite, segundo conta, caiu de joelhos com muitas preocupações e dúvidas, e se levantou cheio de uma inefável certeza: «Quando me ajoelhei não cria que Deus existia, mas ao me levantar cria a ponto de derramar o meu sangue».
Como todo pietista, Francke pensava que sua experiência constituía um cadastro de conversão genuína, e que era a única maneira de obter certeza quanto à salvação. Os sentimentos do coração deviam estar no centro da vida cristã autêntica.
Depois de formado, Francke se uniu a Spener em sua luta para reformar a igreja luterana. De retorno a Leipzig começou a realizar conferências entre os estudantes, as quais se tornaram muito populares. Mas alguns professores da universidade se opuseram tenazmente a ele e o acusaram de sustentar, junto com Spener, mais de 600 heresias! Finalmente, as autoridades da cidade o ameaçaram a abandoná-la (1690), e Francke aceitou um convite para ser diácono da igreja em Erfurt. No entanto, até ali os seus adversários o seguiram e novamente conseguiram que fosse expulso da cidade pelas autoridades locais (1691). Foi então quando lhe chegou um convite do príncipe eleitor de Brandenburgo para ingressar como docente na recém fundada Universidade de Halle. Ali Francke se converteu na alma teológica da universidade, que, sob a sua influência, tornou-se no centro mais importante do pietismo dos seus dias.
O zelo espiritual de Francke, as suas inspiradas cátedras expositivas e sua enorme energia organizadora, contribuíram para dar forma a um ardente movimento missionário, em tempos quando o protestantismo em geral não se interessava nas missões.Em 1706, os primeiros missionários de Halle foram enviados para a Índia, com o apoio do rei Henrique IV da Dinamarca. Os seus nomes eram Bartolomé Ziegenbald e Henrique Plütchau. Durante o século XVIII, saíram de Halle e outras instituições associadas 75 missionários para o estrangeiro, entre os quais o mais renomado seria Cristian Federico Schwartz (1726-1798), quem trabalhou quase 40 anos na Índia, até a sua morte. Na verdade, deve considerar-se este esforço missionário como o primeiro dos tempos contemporâneos, realizado quase 100 anos antes da empresa missionária moderna de alcance mundial iniciada com o Guillermo Carey.
Paralelamente, Francke organizou e dirigiu várias obras educativas e de caridade. A compaixão pelos mais fracos e necessitados caracterizou sempre o movimento pietista. Em 1795 inaugurou uma escola para meninos pobres, que logo ampliou devido à grande quantidade de pedidos, e iniciou uma famosa escola de adaptação. Em 1698 abriu o seu conhecido orfanato. Assombrosamente, todas estas obras foram realizadas quase sem meios econômicos, sustentado unicamente pela fé na provisão de Deus. Cem anos mais tarde, a sua obra serviria de inspiração a outro homem, que iria fundar e conduzir um orfanato sob as mesmas premissas de fé: George Muller, de Bristol.
Tal foi a sua influência, que, a sua morte era reconhecida e admirada por toda a Europa como líder do pietismo e uma das forças mais poderosas do protestantismo. Era recebido livremente entre pobres e abastados, pequenos e poderosos. No entanto, usava sempre a sua influência entre os ricos e poderosos para ajudar aos mais pobres. Um historiador observa: «Ele foi o iniciador, o fundador e o líder vitalício de uma empresa caridosa que conquistou a mente e a admiração de pessoas do mundo inteiro. Nunca se tinha visto algo semelhante na longa história da igreja cristã».
Depois dele, a história posterior do pietismo estaria associada a uma antiga companhia de cristãos perseguidos, conhecidos como «Unitas Fratum» (Irmãos Unidos), quem depois de longos anos de peregrinação encontraram finalmente um lar nas terras de um poderoso nobre alemão, o conde Nicolás Von Zinzendorf, formado profundamente nos ensinos de Spener e Francke. Junto a ele iniciariam um novo capítulo na história do pietismo, cujas conseqüências seriam de vasto alcance. A história posterior seria conhecida como «os irmãos morávios».

Legado do pietismo
Sem dúvida, o pietismo cavou um poderoso sulco na história da restauração da igreja para o modelo neotestamentario. A sua ênfase no novo nascimento como experiência indispensável de todo cristão autêntico, assim como uma subseqüente vida transformada, se tornou ininterrupto. A mera adoção mental de um credo ortodoxo –ensinavam– não basta para salvar os homens. É necessário um novo nascimento que transforme os homens desde a raiz do seu ser.
A fé não deve ser entendida só na cabeça, mas, sobretudo, experimentada no coração, vale dizer, e falando biblicamente, no centro emotivo e volitivo do homem. Deve afetar a totalidade das experiências e condutas humanas. Esta foi sempre a essência do cristianismo verdadeiro. E foi o estandarte tanto do pietismo como dos irmãos morávios, como também o avivamento metodista posterior de Withefield e os irmãos Wesley.Por outro lado, os pietistas viram corretamente que as controvérsias teológicas contribuíam para estabelecer um clima propenso a um cristianismo meramente mental, carente de experiência espiritual. Por isso, ao enfatizar a vida acima doconhecimento meramente intelectual da doutrina cristã, redescobriram o genuíno fundamento da unidade da igreja.
Contribuíram, além disso, para o surgimento de uma grande quantidade de literatura devocional que enfatiza a comunhão viva do crente com Deus, como também uma grande parte da música de inspiração e adoração contemporânea.E, finalmente, e não menos importantes, puseram uma decidida ênfase no sacerdócio de todos os crentes, advogando pelo surgimento de uma igreja mais orgânica em sua vida e expressão, onde todos os santos fossem participantes ativos do ministério. Os seus êxitos neste campo foram parciais devidos talvez, ao seu intento de reformar a igreja «por dentro».
O tempo provaria que a sua idéia de «ecclesiolae in ecclesia» não era viável. Ou os círculos pietistas acabaram por separar-se da igreja luterana dos seus dias, ou, foram reabsorvidos e desapareceram. De tudo isso, fica como ensino que a igreja do Novo Testamento só pode surgir e crescer ali onde está livre das limitações que impõe qualquer estrutura ou organização humana estranha a sua essência; livre para seguir fielmente a direção da vida que opera em seu interior.( Notas fonte :revista aguas vivas,n.58,agosto de 2009)         

Em meados do século XVII, o ímpeto da igreja luterana tinha decaído notavelmente na Alemanha. O fogo inicial da Reforma tinha decaído progressivamente em uma morna religião institucionalizada. O ardor espiritual tinha cedido o seu lugar a uma ortodoxia fria e altamente intelectualizada. A fé se converteu, por obra de teólogos posteriores a Lutero, em pouco mais que uma série de verdades doutrinários em forma de proposições teológicas, transmitidas de uma geração para outra. E também, na matéria de um debate interminável com outros credos e confissões protestantes.
O cristianismo autêntico era considerado como mera correção doutrinária e sacramental, sem importar a condição espiritual e moral dos crentes. O papel dos assim chamados «laicos» era meramente passivo, e se reduzia a aceitar os dogmas da igreja e receber os sacramentos. Essa era a «suma» da vida cristã naqueles dias. Claramente, tratava-se de um território muito árido para o desenvolvimento da vida interior do Espírito. Em conseqüência, o estado espiritual dos crentes era, em geral, muito deplorável.
pietismo foi uma reação contra este estado de coisas no interior da igreja luterana. Os pietistas não rejeitavam a reforma nem a teologia de Lutero; mas as consideravam incompletas. Costumavam chamar à ortodoxia luterana uma «ortodoxia morta», porque não revelava nenhuma realidade espiritual. De fato, um dos seus lemas favoritos era: «É melhor uma heresia viva que uma ortodoxia morta». Por isso, punham uma grande ênfase na necessidade de uma fé viva e real, experimentada no coração, que fizesse diferença visível entre o cristianismo verdadeiro e o falso.
Na verdade, deviam lutar com a pesada herança de Lutero e sua igreja estatal da Alemanha, onde era impossível distinguir entre crentes e não crentes. Os pietistas procuraram zelosamente fazer visível a autêntica igreja de Cristo e distingui-la dos falsos crentes.Para obter o seu objetivo, seguiram um caminho próprio e original. Negaram em se separar da igreja luterana e tentaram reformá-la por dentro. Tentaram aproximar-se o máximo ao modelo de igreja do Novo Testamento, criando uma espécie de «pequena igreja dentro da igreja» (ecclesiolae in ecclesia), onde se praticava o sacerdócio de todos os crentes – verdade fundamental do luteranismo, carente de expressão real até então. Assim, o seu lema foi «A Reforma segue em marcha».
Admiravam e aceitavam a teologia de Lutero, mas consideravam que o reformador deixou a sua obra inconclusa. Paradoxalmente, o seu maior êxito foi obtido fora dos muros de sua querida confissão luterana. Outros crentes tomariam o seu estandarte e ensinos para canalizá-las em uma poderosa corrente espiritual cujas conseqüências seguem hoje plenamente vigentes.

Os começos
     Muitos historiadores coincidem em assinalar a Johann Arndt como o precursor do pietismo. Em 1610 publicou um livro que seria considerado ‘a Bíblia’ do movimento, chamado «Quatro livros sobre o cristianismo verdadeiro». Nele enfatizava a necessidade de que todo cristão passe pela experiência do novo nascimento. A vida cristã devia ser vivida, de acordo com ele, em uma união viva e vital com Cristo. Argumentava, além disso, que a pureza doutrinária seria mantida melhor por uma vida santa que pelas disputas teológicas.Arndt não fez, no estrito sentido, parte do movimento pietista, mas contribuiu profundamente para modelar o seu espírito e vocação característicos. O seu livro circulou amplamente por toda a Alemanha e alcançou uma fama superada apenas pela própria Bíblia.
Depois de Arndt, surgiu a figura de Philipp Jakob Spener. Este foi um ministro luterano que, nos seus primeiros anos, foi influenciado pelos ensinos do reformador de origem francesa Jean de Labadie, quem trabalhou arduamente pela unidade da igreja na Holanda, e pelos escritos de Richard Baxter, o notável pastor puritano que encabeçou um avivamento em seus dias.Spener estava profundamente preocupado com a condição espiritual em que se achava a igreja de seus dias. Em 1670, sendo pastor em Frankfurt, começou um programa de reforma que teriam vastas conseqüências. Reuniu em sua casa um grupo de crentes que compartilhavam as suas idéias, com o objetivo de orar, discutir os sermões do domingo, e ajudar-se mutuamente a aprofundar a sua vida espiritual. Estes círculos de crentes se estenderam por muitas congregações luteranas e foram conhecidos como «collegia pietatis» (grupos piedosos), de onde proveio o nome «pietismo».
Spener e os pietistas estavam decididamente convencidos de que a doutrina luterana do sacerdócio de todos os crentes devia ser levada em prática de maneira efetiva. O próprio Spener declarou em certa ocasião: «Oh, quem me dera conhecer uma assembléia reta em todas as coisas, doutrina, ordem, e prática; o qual faria dela o que uma assembléia cristã e apostólica devia ser, tanto na doutrina como na vida».Um movimento semelhante dificilmente causaria rejeição em nossos dias. No entanto, foi amplamente rejeitado por alguns membros do clero e a autoridade civil nos dias de Spener, pois parecia que transgredia gravemente a ortodoxia luterana oficial. As acusações de heresia não se tardaram em acontecer.
As idéias pietistas de Spener foram expostas em seu livro «Pia Desideria» (desejos piedosos), que pode considerar-se com justiça o tratado fundamental do movimento. Nele, Spener expõe os males da igreja alemã e os passos necessários para a sua restauração. Entre esses males encontra: a intromissão do governo nos assuntos da igreja (pois Lutero a tinha colocado sob o controle dos príncipes), a conduta pouco cristã de muitos clérigos, as inúteis disputa teológicas, e a embriaguez, ambição e imoralidade reinou entre os laicos.Seu plano de reforma incluía a extensão dos círculos piedosos como uma «ecclesiolae in ecclesia» a fim de fomentar a vida espiritual e a ajuda mútua entre os crentes, pois cria firmemente que uma grande parte do problema radicava na condição passiva dos chamados «laicos» na igreja, em contraposição ao claro ensino do Novo Testamento.
Também advogava pelo fim das controvérsias teológicas, pois dizia que a verdade não se encontra nos sistemas teológicos, mas na experiência do coração. Segundo Spener, a transformação interior é o assunto vital da experiência cristã. Por isso, defendia a necessidade de que os cargos clericais fossem ocupados por homens verdadeiramente regenerados, que mostrassem evidências de uma vida transformada.Em suma, tratava-se de um verdadeiro plano de reforma, centrado na renovação interior e a «religião do coração», como gostavam de dizer os pietistas. No entanto, a reação de uma parte do clero não se fez esperar, pois a crítica de Spener revelava muitas falências. Foi acusado de heresia, em especial por sua oposição à «autoridade final» do credo luterano oficial, e seu desejo de retornar à Escritura como única fonte de autoridade.
A verdade é que Spener não se opunha à teologia de Lutero, mas às práticas luteranas de seus dias. Escreveu: «A doutrina da nossa igreja (luterana) não pode ser culpada por nada disto, pois se opõe vigorosamente a estas ilusões».No entanto, foi expulso de Frankfurt e chegou a ser capelão da corte do príncipe da Saxonia em Dresden. Ali continuou com suas atividades a favor de uma reforma, mas também enfrentou à oposição das universidades saxônicas. As suas reuniões piedosas estavam no centro da controvérsia, e eram consideradas subversivas para a sã doutrina e a estabilidade da igreja, pois fomentavam o interesse dos «laicos» pela teologia e os assuntos eclesiásticos, pondo em dúvida –diziam– a autoridade do clero.Também lhe acusava de divisionismo. É certo que Spener sempre se opôs às tendências separatistas dentro do pietismo, mas seguramente muitos dos seus membros chegaram a considerar como inevitável a separação. Contudo, o pietismo nunca chegou a ser um movimento organizado, mas uma profunda corrente espiritual que permearia a igreja até hoje.
Spener se viu obrigado a deixar Dresden após repreender pastoralmente a intemperança do príncipe eleitor. Aceitou então o convite do príncipe eleitor de Brandenburgo, Henrique III, que mais tarde se tornaria o rei da Prússia. Estabeleceu-se em Berlim, de onde continuou a sua obra até a sua morte em 1706, e permaneceu como ministro luterano até o fim.

Augusto Herman Francke
Durante a sua estadia em Brandenburgo, Spener contribuiria para formar o maior centro de influência pietista dos seus dias, a Universidade de Halle (1691). Entre outras coisas, convenceu o príncipe eleitor para que nomeasse como professor a outro dos grandes líderes do pietismo, Augusto Herman Francke. Tem-se dito, com justiça, que se Spener foi o pai fundador do pietismo, Francke foi o seu gênio organizador.
Francke nasceu na cidade de Lübeck, em 1663, em um lar profundamente influenciado pelos ensinos de Spener e a ortodoxia luterana. De fato, estudou na Universidade de Leipzig, considerada um baluarte do luteranismo ortodoxo. Estando ali, organizou e dirigiu um círculo pietista ao estilo de Spener ao que chamou «grupo de amantes da Bíblia». No entanto a experiência decisiva de sua vida chegaria em 1687. Até esse momento tinha «só conhecimentos mentais e nenhuma experiência do coração». No entanto uma noite, segundo conta, caiu de joelhos com muitas preocupações e dúvidas, e se levantou cheio de uma inefável certeza: «Quando me ajoelhei não cria que Deus existia, mas ao me levantar cria a ponto de derramar o meu sangue».
Como todo pietista, Francke pensava que sua experiência constituía um cadastro de conversão genuína, e que era a única maneira de obter certeza quanto à salvação. Os sentimentos do coração deviam estar no centro da vida cristã autêntica.
Depois de formado, Francke se uniu a Spener em sua luta para reformar a igreja luterana. De retorno a Leipzig começou a realizar conferências entre os estudantes, as quais se tornaram muito populares. Mas alguns professores da universidade se opuseram tenazmente a ele e o acusaram de sustentar, junto com Spener, mais de 600 heresias! Finalmente, as autoridades da cidade o ameaçaram a abandoná-la (1690), e Francke aceitou um convite para ser diácono da igreja em Erfurt. No entanto, até ali os seus adversários o seguiram e novamente conseguiram que fosse expulso da cidade pelas autoridades locais (1691). Foi então quando lhe chegou um convite do príncipe eleitor de Brandenburgo para ingressar como docente na recém fundada Universidade de Halle. Ali Francke se converteu na alma teológica da universidade, que, sob a sua influência, tornou-se no centro mais importante do pietismo dos seus dias.
O zelo espiritual de Francke, as suas inspiradas cátedras expositivas e sua enorme energia organizadora, contribuíram para dar forma a um ardente movimento missionário, em tempos quando o protestantismo em geral não se interessava nas missões.Em 1706, os primeiros missionários de Halle foram enviados para a Índia, com o apoio do rei Henrique IV da Dinamarca. Os seus nomes eram Bartolomé Ziegenbald e Henrique Plütchau. Durante o século XVIII, saíram de Halle e outras instituições associadas 75 missionários para o estrangeiro, entre os quais o mais renomado seria Cristian Federico Schwartz (1726-1798), quem trabalhou quase 40 anos na Índia, até a sua morte. Na verdade, deve considerar-se este esforço missionário como o primeiro dos tempos contemporâneos, realizado quase 100 anos antes da empresa missionária moderna de alcance mundial iniciada com o Guillermo Carey.
Paralelamente, Francke organizou e dirigiu várias obras educativas e de caridade. A compaixão pelos mais fracos e necessitados caracterizou sempre o movimento pietista. Em 1795 inaugurou uma escola para meninos pobres, que logo ampliou devido à grande quantidade de pedidos, e iniciou uma famosa escola de adaptação. Em 1698 abriu o seu conhecido orfanato. Assombrosamente, todas estas obras foram realizadas quase sem meios econômicos, sustentado unicamente pela fé na provisão de Deus. Cem anos mais tarde, a sua obra serviria de inspiração a outro homem, que iria fundar e conduzir um orfanato sob as mesmas premissas de fé: George Muller, de Bristol.
Tal foi a sua influência, que, a sua morte era reconhecida e admirada por toda a Europa como líder do pietismo e uma das forças mais poderosas do protestantismo. Era recebido livremente entre pobres e abastados, pequenos e poderosos. No entanto, usava sempre a sua influência entre os ricos e poderosos para ajudar aos mais pobres. Um historiador observa: «Ele foi o iniciador, o fundador e o líder vitalício de uma empresa caridosa que conquistou a mente e a admiração de pessoas do mundo inteiro. Nunca se tinha visto algo semelhante na longa história da igreja cristã».
Depois dele, a história posterior do pietismo estaria associada a uma antiga companhia de cristãos perseguidos, conhecidos como «Unitas Fratum» (Irmãos Unidos), quem depois de longos anos de peregrinação encontraram finalmente um lar nas terras de um poderoso nobre alemão, o conde Nicolás Von Zinzendorf, formado profundamente nos ensinos de Spener e Francke. Junto a ele iniciariam um novo capítulo na história do pietismo, cujas conseqüências seriam de vasto alcance. A história posterior seria conhecida como «os irmãos morávios».

Legado do pietismo
Sem dúvida, o pietismo cavou um poderoso sulco na história da restauração da igreja para o modelo neotestamentario. A sua ênfase no novo nascimento como experiência indispensável de todo cristão autêntico, assim como uma subseqüente vida transformada, se tornou ininterrupto. A mera adoção mental de um credo ortodoxo –ensinavam– não basta para salvar os homens. É necessário um novo nascimento que transforme os homens desde a raiz do seu ser.
A fé não deve ser entendida só na cabeça, mas, sobretudo, experimentada no coração, vale dizer, e falando biblicamente, no centro emotivo e volitivo do homem. Deve afetar a totalidade das experiências e condutas humanas. Esta foi sempre a essência do cristianismo verdadeiro. E foi o estandarte tanto do pietismo como dos irmãos morávios, como também o avivamento metodista posterior de Withefield e os irmãos Wesley.Por outro lado, os pietistas viram corretamente que as controvérsias teológicas contribuíam para estabelecer um clima propenso a um cristianismo meramente mental, carente de experiência espiritual. Por isso, ao enfatizar a vida acima doconhecimento meramente intelectual da doutrina cristã, redescobriram o genuíno fundamento da unidade da igreja.
Contribuíram, além disso, para o surgimento de uma grande quantidade de literatura devocional que enfatiza a comunhão viva do crente com Deus, como também uma grande parte da música de inspiração e adoração contemporânea.E, finalmente, e não menos importantes, puseram uma decidida ênfase no sacerdócio de todos os crentes, advogando pelo surgimento de uma igreja mais orgânica em sua vida e expressão, onde todos os santos fossem participantes ativos do ministério. Os seus êxitos neste campo foram parciais devidos talvez, ao seu intento de reformar a igreja «por dentro».
O tempo provaria que a sua idéia de «ecclesiolae in ecclesia» não era viável. Ou os círculos pietistas acabaram por separar-se da igreja luterana dos seus dias, ou, foram reabsorvidos e desapareceram. De tudo isso, fica como ensino que a igreja do Novo Testamento só pode surgir e crescer ali onde está livre das limitações que impõe qualquer estrutura ou organização humana estranha a sua essência; livre para seguir fielmente a direção da vida que opera em seu interior.    Notas fonte :revista aguas vivas,n.58,agosto de 2009         

                                        OS MORÁVIOS

Oconde zizenfordorf reuniu em suas terras um grupo de pessoas remanecentes da obra de jhon huss ,estabelecendo -se em condado ,formação desta comunidade que tomou o nome de hermut.Em 21/8/1732 partiram para india os primeiros missionários morávios.Em 1832 ,após um seculo de atividade missionaria ,os morávios contavam com 41 estações missionários,40.000 convertidos batizados e 208 missionários.Cinquenta anos depois contavam com 700 estações missionarias 83.000 convertidos batizados 335 missionários.Até pouco tempo os moravios enviaram um missionario a cada 25 membros.não é um desafio para noś?
Depois de 100 anos de intensa atividade missionária os Irmãos Morávios tinha estabelecido 41 centros missionários, 40 mil batizados nos campos e 208 missionários ativos. 50 anos depois este número subiu para 700 centros missionários, 83 mil batizados, 335 missionários ativos e 1500 obreiros nacionais. A proporção chegou à impressionante marca de um missionário para cada 25 cristãos morávios, marca essa que dificilmente será superada por alguma empreitada missionária.
Antes de finalizar, é importante observarmos um círculo de influências que ocorreram naqueles anos. John Wycliffe foi considerado a “estrela-d’alva” da Reforma porque lutou pelos mesmos ideais dos reformadores, séculos antes destes existirem. Wycliffe influenciou John Huss, que também lutou contra os dogmas e as heresias da Igreja Católica. Perseguido e morto, Huss deixou, como fruto de seu trabalho, os Irmãos Boêmios que defenderam a sã doutrina em meio à escuridão espiritual da sua época. Os Irmãos Morávios eram descendentes espirituais dos irmãos boêmios, pois seguiam as doutrinas de Huss e fugiram da Morávia por causa da perseguição religiosa indo se refugiar em Herrnhut, as terras do conde Zinzendorf. Anos mais tarde, John Wesley (o pai do Metodismo) em uma perigosa viagem marítima admirou-se com a paz de espírito que sentiam alguns cristãos morávios que estavam no mesmo navio que ele durante a tempestade. Naquela ocasião os morávios mostraram a Wesley que ele ainda não havia “nascido de novo” e que estava vivendo uma religiosidade vazia. Depois disso, Wesley fez uma visita a Herrnhut para conhecer o trabalho dos Irmãos Morávios e padronizou o metodismo de acordo com o modelo que viu ali.A única razão de tamanho sucesso missionário foi a visão cristocêntrica que os Irmãos Morávios tinham. Cristo, e somente Cristo, era o foco da obra que eles realizavam. E o lema missionário que eles assumiam deixava isso ainda mais claro: “Conquistar para o Cordeiro a recompensa de seu sacrifício”.. O Cristianismo Através dos Séculos.notas(CAIRNS, Earle, p 370.2. História do Movimento Missionário. GONZÁLEZ; ORLANDI, p 2193. Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, p 277.4. TUCKER, Ruth. Missões até os Confins da Terra, p.116)


  ATÉ AOS CONFINS DA TERRA: AS MISSÕES MORÁVIAS.

C
om o seu zelo por Cristo, os irmãos morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Seu grande líder inicial e incentivador na obra missionária foi o piedoso conde alemão Nikolaus Ludwig Von Zinzendorf (1700-1760).

1. Um notável organizador

Numa viagem a Copenhague para assistir a coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, o conde Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut, na Saxônia, a sede do movimento, cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, dois obreiros, Leonhard Dober e David Nitschmann, iniciaram uma missão aos escravos africanos em Saint Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732. Christian David e outros missionários foram para a Groenlândia no ano seguinte.

Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia, no sul dos futuros Estados Unidos. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando mais ao norte, na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.

Herrnhut, na Alemanha, tornou-se um vigoroso centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3.000 mil conversos tinham sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram o Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla.

Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: em geral eram locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.

2. Uma reunião de oração excepcional

O renascimento da igreja morávia, em maio de 1727, havia resultado em grande parte de uma forte ênfase na oração. Nos meses seguintes, um espírito de oração tomou conta da pequena comunidade evangélica. No dia 27 de agosto daquele ano, 24 homens e 24 mulheres comprometeram-se a orar uma hora por dia de forma seqüencial, de modo que sempre houve alguém orando por missões.

Essa “vigília de oração” sensibilizou Zinzendorf e a comunidade morávia a tentarem alcançar outros para Cristo. Seis meses após o início da vigília, o conde desafiou os companheiros a evangelizarem as Índias Ocidentais, a Groenlândia, a Turquia e a Lapônia. No dia seguinte, 26 morávios se ofereceram como voluntários para as missões mundiais, aonde quer que Deus quisesse levá-los.

A vigília de oração prosseguiu sem interrupção, vinte e quatro horas por dia, durante mais de 100 anos. Em 1792, sessenta e cinco anos após o início da vigília, a pequena comunidade morávia havia enviado 300 missionários até os confins da terra.

3. A teoria de missões de Zinzendorf

Zinzendorf estabeleceu alguns princípios que deveriam nortear a atividade missionária dos morávios. Eles são os seguintes:

a) Busquem os primeiros frutos. Zinzendorf dizia aos voluntários que partiam de Herrnhut: “Não tenham como alvo a conversão de nações inteiras. Simplesmente procurem pessoas interessadas pela verdade, que, como o eunuco etíope, pareçam prontas para abraçar o evangelho” (ver Atos 8.27-28). Assim, os missionários morávios não saíam para o campo com expectativas exageradas. Isso os capacitava a enfrentar muitas situações em que os frutos surgiam lentamente, mas também lhes proporcionava profunda alegria quando grandes números de pessoas estavam prontas para abraçar a Cristo. Associada a isso estava a sua dependência do Espírito Santo, que, como o verdadeiro evangelista, os conduziria a almas como Cornélio ou o eunuco.

b) Preguem a Cristo. “Em segundo lugar”, instruía Zinzendorf, “vocês devem ser objetivos e falar-lhes sobre a vida e a morte de Cristo”. Alguns missionários haviam ido para culturas pagãs e tinham tentado em vão ensinar teologia ou começar com verdades sobre Deus. Zinzendorf partia do pressuposto de que os pagãos já sabiam sobre Deus, mas precisavam conhecer sobre o Salvador, especialmente seus sofrimentos sobre a cruz.

c) Vão para os povos esquecidos. As primeiras pessoas buscadas pelos morávios foram os escravos negros. Nos anos seguintes eles foram para os leprosos, os esquimós, os índios, os africanos, e parecem ter sido os primeiros a buscarem sistematicamente a conversão dos judeus.

d) Pelo reino de Cristo. Os morávios têm buscado aumentar o reino de Cristo, e não a sua própria expansão denominacional. Inúmeras sociedades de cristãos zelosos das igrejas tradicionais da Europa e da Inglaterra oraram, contribuíram e forneceram voluntários para a causa missionária mundial dos morávios no século 18.

e) Sejam auto-sustentados. Hutton observou que, na missão das Índias Ocidentais, “por mais de cem anos ninguém recebeu um centavo da Igreja Morávia por seus serviços; cada um... primeiro tinha de ganhar o seu próprio sustento”. Essa política era seguida em toda parte. Na década de 1750, uma carta do Suriname dizia: “O irmão Kam está colhendo café; o irmão Wenzel conserta sapatos; o irmão Schmidt está fazendo uma roupa para um freguês”.


Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra.

A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões – a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804).(Notas Portal MAkenzie SÃO PAULO)

                             AVIVAMENTO EVANGÉLICO:

Na inglaterra a igreja anglicana estava em decadência espiritual.O unitarismo infectou as igrejas presbiterianas e as batistas de forma geral.Foi um período turbulente ,porem ,DEUS começou a soprar um vento de restauração a partir do pais de gales,atravez da pregação poderosa de griffith jones,dael rowlands e hwel harris.
 O METODISMO:Numa época em que a igreja anglicana caira num formalismo sem vida ,DEUS levantou jhon weslei e george withelfield para pregar a palavra de DEUS no poder do ESPIRITO SANTO .Jhon WESLEI CHARLES WESLEI ,WITHEFIELD e outros estudantes da universidade de OXFORD,fundaram em 1729  o CLUBE SANTO ,com objetivo de aprofundarem mais a piedade cristã.eram muito metódico em em afazeres.Por zombarem alguns de seus colegas ,os apelidarem de metodistas.Em 1735,withefield encontrou perdão para seus pecados ,sentiu como dizia "uma paz inexpremivel".Seu primeiro sermão era sobre pecado,que escandalizou a muitos ,porem ,quinze pessoas foram salvas.withefield rejeitava por completo a falsa doutrina da regeneração batismal que era pregado na igreja anglicana ,ele pregava a premente necessidade do novo nascimento como jesus ensinou.Orlando boyer nos diz que withefield pregava a 10 mil pessoas diariamente .Ele foi um dos mais poderosos pregadores de todos os tempos ,homem de jejum e oração.Conta-se que quando pregava sobre un cego caindo no abismo ,a descrição que fez foi tão vida que um dos ouvintes começou a gritar:ele caiu ,o cego caiu.Quando gorge withelfield visitou a América em 1738,na época colonia ,causou impacto profundo num jovem ministro chamado jonatas eduards.
      Estudiosos afirmam que o movimento liderado por wesley e withelfield salvou a Inglaterra de uma revolução igual a revolução dos francesa.Não podemos deixar de mencionar a grande contribuição musical para a igreja ,de Charles (1708-1788),o grande hinólogo do metodismo.



          AVIVAMENTO NA INGLATERRA JORGE WHITEFIELD 
          George Whitefeld   Pregador ao ar livre  (1714-1770)  
                       Fonte(Orlando Boyer,Herois da fé,cpad,1985,pp.73-84)

Mais de 100 mil homens e mulheres rodeavam o prega­dor, há mais de duzentos anos, em Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ou­viam-se distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos ser­vem-nos como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fa­rá maiores do que estas, porque vou para meu Pai" (João 14.12).
Havia "como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrí­vel façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta e qua­tro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus.
A vida de Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas. Antes de completar três anos, seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente, mas a Jorge foi permitido continuar os estudos na escola. Na pensão de sua mãe, fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que pareça e ape­sar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela lei­tura das Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite prepa­rando sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e espontânea, um dom extraordiná­rio de Deus, dom que possuía sem ele mesmo saber.
Custeou os próprios estudos em Pembroke College, Ox­ford, servindo como garçom em um hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudan­tes a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com Deus e a formação de Cristo em nós."
Acerca da sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde... Todas as vezes que vou a Ox­ford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar onde Je­sus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo nascimento".
Com a saúde abalada, talvez pelo excesso de estudo, Jorge voltou a casa para recuperá-la. Resolvido a não cair no indiferentismo, inaugurou uma classe bíblica para jo­vens que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente os doentes e os pobres e, fre­qüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudes­sem. Jorge tinha no coração um plano que consistia em pre­parar cem sermões e apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo, com menos de 23 anos.
O dia antes da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade, onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por aqueles que estavam para ser separados comi­go. No domingo, levantei-me de madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente sobre o preceito: 'Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o ancião me impôs as suas mãos, se meu vil cora­ção não me engana, ofereci todo o meu espírito, alma e cor­po para o serviço no santuário de Deus... Posso testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quan­do o ancião me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu lugar".
Os lábios de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da sua separação para o mi­nistério. No domingo seguinte, naquela época de gelo espi­ritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o ser­mão. O ancião, porém, compreendendo o que se passava, respondeu que seria muito bom, se os quinze não se esque­cessem da sua "loucura" antes de chegar o outro domingo.
Whitefield nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa oportunida­de como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas al­mas mortais estarem a beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu espírito, como prata na fornalha do refinador.
Quando estudante no colégio de Oxford, seu coração ar­dia de zelo e pequenos grupos de alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os discípu­los logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida, porque nunca abandonou o costume de buscar a presença de Deus. Divi­dia o dia em três partes: oito horas sozinho com Deus e em estudos, oito horas para dormir e as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos, lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Le­mos que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "pas­sou a maior parte da viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de Deus ope­rando atualmente entre nós.
A pregação de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifesta­ções tão reais que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros pularam dos assen­tos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em outro ser­mão falou acerca dum cego andando na direção dum pre­cipício desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pre­gador chegou ao ponto de descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor, Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desa­pareceu!"
O segredo, porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a sua grande eloqüên­cia. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual entre os crentes.
Também não foi porque lhe faltasse oposição. Repeti­das vezes Whitefield pregou nos campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter, enquanto pregava a dez mil pes­soas, foi apedrejado de tal forma que pensou haver chega­do para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a morte, as marcas de Jesus.
O segredo de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado, ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória e levada a sacrifi­car-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais volta­ria ao seu emprego. Consagrou a vida completamente a Cristo. E a manifestação exterior daquela vida nunca exce­dia a sua realidade interior, portanto, nunca mostrou can­saço nem diminuiu a marcha durante o resto de sua vida.
Apesar de tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar toma­do de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas noites fiquei prostrado, de cama, ge­mendo, por causa do que sentia, e ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes pas­sei dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos pensamentos diabólicos que me dis­traíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer. Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles".
Jorge Whitefield considerava-se um peregrino errante no mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplo­mou-se na Inglaterra. Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao País de Gales vá­rias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro me­ses em Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais lugares onde trabalhou.
Acerca do que sentiu em uma das viagens à colônia da Geórgia, Whitefield escreveu: 'Foram-me concedidas ma­nifestações extraordinárias do alto. Cedo de manhã, ao meio-dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado Jesus me visitava para renovar-me o cora­ção. Se certas árvores perto de Stonehourse pudessem fa­lar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando de passeio, a minha alma fazia tais in­cursões pelas regiões celestes, que parecia pronta a aban­donar o corpo. Outras vezes sentia-me tão vencido pela grandeza da majestade infinita de Deus, que me prostrava em terra e entregava-lhe a alma, como um papel em bran­co, para Ele escrever nela o que desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me dirigido a acompanhá-las e apro­veitar o ensejo para as animar a se prepararem para a vin­da do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exul­tando ao nosso Deus e desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!"
- Como se pode esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava, fossem levadas a bus­car a mesma Presença? Na sua biografia há um grande nú­mero de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando re­cobravam as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Ou­tros gritavam como quem sente a ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão ven­cido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contu­do, por fim, revivi e, depois de me alimentar um pouco, es­tava fortalecido bastante para viajar cerca de trinta quilô­metros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus em oração, deitamo-nos e descan­samos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh! Senhor, jamais existiu amor como o teu!"
Então Whitefield continuou, sem cansar: "No dia se­guinte em Fog's Manor, a concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágri­mas. A palavra era mais cortante que espada de dois gu­mes e os gritos e gemidos alcançavam o coração mais endu­recido. Alguns tinham semblantes pálidos como a palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ain­da outros foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços de amigos. A maior par­te do povo levantava os olhos para os céus, clamando e pe­dindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contempla­va, só podia pensar em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta, saindo dos seus túmulos para o juízo."
"O poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos choravam e os salvos ora­vam, lado a lado. O indiferentismo de muitos transformou-se em assombro, e o assombro, depois, em grande alegria. Alcançou todas as classes, idades e caracteres. A embria­guez foi abandonada por aqueles que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injus­tiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado fo­ram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pedi­ram perdão. Os pastores ficaram ligados ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a terem comunhão com o seu Pai, nos céus".
Mas não foi somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos, quando eram ain­da um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam longe um do outro, nas florestas. O famoso Ben­jamim Franklin, no seu jornal, assim noticiou essas reu­niões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield partiu de nos­sa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com destino a Chester, onde pregou a sete mil ou­vintes, mais ou menos. Sexta-feira pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcas­tle, pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo, porém, todos se conserva­ram em pé, ao ar livre".
Como Deus estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no seguinte: Num estrado pe­rante a multidão, depois de alguns momentos de oração em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o tex­to: "É ordenado aos homens que morram uma só vez, e de­pois disto vem o juízo". Depois de curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão. Um pregador presente foi até o local da ocorrência, para saber o que tinha acontecido. Logo voltou e disse: - "Irmão Whi­tefield, estamos entre os mortos e os que estão morrendo. Uma alma imortal foi chamada à eternidade. O anjo da destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não cesse". Então foi anunciado ao povo que um den­tre a multidão havia morrido. Então Whitefield leu a se­gunda vez o mesmo texto: "É ordenado aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém, em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do perigo. Não deve­mos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele.
Apesar da sua grande obra, não se pode acusar White­field de procurar fama ou riquezas terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava to­dos os seus interesses e os transformava para glória do rei­no do seu Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus con­vertidos para formar outra denominação, como alguns es­peravam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Se­nhor Jesus".
A maior parte de suas viagens à América do Norte fo­ram feitas a favor do orfanato que fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas e dirigindo-se a cada um pelo no­me. Para muitas dessas crianças, ele era o único pai, o úni­co meio de elas terem o sustento. Fez uma grande parte da sua obra evangelística entre os órfãos e quase todos perma­neceram crentes fiéis, sendo que um bom número deles se tornaram ministros do Evangelho.
Whitefield não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente, anelando, muitas vezes, par­tir e estar com Cristo. A maior parte dos pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele.
Assim foi que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou a sua carreira na Ter­ra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de fale­cer, teve de esforçar-se para ficar em pé. Porém, ao levan­tar-se, em Exeter, perante um auditório demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que "seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até den­tro dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a Whitefield: "Não es­pero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno, mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O pregador respondeu: "Então ficará desa­pontado; morrerei calado. A vontade de Deus é dar-me tan­tos ensejos para testificar dele durante minha vida, que não me serão dados outros na hora da morte".
E sua morte ocorreu como predissera.Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali estavam e insis­tiam em que pregasse.
Às duas horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fô­lego e pronunciou para o seu companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo".
No seu enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja.
Se quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os teve, temos de seguir o seu exem­plo de oração e dedicação.- Alguém pensa que é tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta?

                AVIVAMENTO NA INGLATERRA INICIO JHON WESLEY                                                    
                        HISTORIA DO AVIVAMENTO NA INGLATERRA

                                               INTRODUÇÃO

Após a reforma protestante Deus suscitou verdadeiros campeões da fé,os quais permitiram que suas vidas fossem instrumentos do Espirito santo,para a ministração de poderosos avivamentos para a igreja cristã.Não podemos ter a pretenção de precisar quem ou quando iniciou este periodo.Na realidade,podemos perceber que na igreja,durante e após a reforma,surgiram reavivamentos periodicos e locais,e que a soma destes foi a mola propulsora para a expanção do cristianismo pentecostal.(notas,Campos,bernardo,da reforma protestante á pentecostalismo 2002)

O pentecostalismo é uma manifestação histórica do"principio",que se fez presente em todos os avivamentos ao longo da história da igreja.Diferentemente do que alguns alegam,o Pentecostalismo não se trata de um movimento desvinculado do protestantismo histórico,antes diz respeito a uma forma histórica atual da ação do Espirito Santo que sempre se fez presente na igreja de Cristo.(notas,ibid,pp12)
Logo após o periodo de expanção das ideias protestantes,no seculo 18°,o protestantismo,na tentativa de ser coerente com o s penssamentos modernos,desenvolveu um sistema doutrinario para ser aceito intelectualmente.Isso não significa que não havia importancia em lançar as bases intelectuais do protestantismo,o problema resisdia no fato de não haver uma preocupação com uma doutrina pratica para a vida do individou.Esta falta de preocupação,ocorrida no seculo 17°,gerou um esfriamento espiritual e um formalismo em geral na Alemanha,Inglaterra,vindo a se expandir por toda a Europa e atingindo mais tarde,os Estados Unidos.(Nichols,Robert h.hist.da igreja,p,220).
Em nosso estudo do periodo moderno ou dos avivamentos,nossa atenção dirigir´se-a aos avivamento.Nosso propósito é descrever,de modo breve,certos movimentos de importancia,que por meio da reforma influenciaram países protestantes como Inglaterra,a alemanha e a América.Pouco depois da reforma apareceram tr~es grupos doferentes na igreja Inglesa:os elementos romanistas,que procuraram fazer amizade e nova união com Roma,O Anglicanismo,que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique 8°.,e da rainha Elisabete,e o grupo protestante radical que desejava uma igreja igual ás que se estabeleceram em Genebra e Escócia.Este ultimo grupo ficou conhecido,cerca do ano de 1654,como"os Puritanos",e opunha-se de modo firme ao sistema Anglicano no governo de Elisabete,e por essa razão muitos de seus dirigentes foram exilados.(notas,Jesse l.Hurlbut,pp.164,1999).
Os Puritanos também divididos entre si:uma parte radical,era favoravel á forma presbiteriana,a outra parte desejava a indenpendencia de cada grupo local,conhecidos como "indenpendentes"ou "congregacionais".Apesar dessa diferenças,continuavam como membros da igreja inglesa.Na luta entre Carlos 1° e o parlamento,os puritanos eram fortes defenssores dos direitos populares.No inicio o grupo presbiteriano predominava.Por ordem do Parlamento,um concilio de ministros reunido em Westminster,em 1643,preparou a"Confissão de Westminster"e os dois catecismos,considerados durante muito tempo como regra de fé por Presbiterianos e congregacionais.Durante o governo de Oliver Cromwell(1653-1658),triunfou o elemento independente,ou congregacional.No governo de Carlos 2°(1660-1685),os anglicanos assumiram  novamente o poder,e nessa época os puritanos foram perseguidos como não conformistas.Apos a revolução de 1688,os puritanos foram reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito de organizar-se indenpendente.Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas,a Presbiteriana,a Congregacional,e a Batista.(notas,ibid,pp.164)
Nos primeiros 50 anos do seculo 18°,as igrejas da Inglaterra,a oficial e a dissidente,entraram em dacadencia.Os cultos eram formalistas,dominados por uma crença intelectual,mas sem poder moral sobre o povo.A inglaterra foi despertada dessa condição ,por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos João Wesley e Jorge Whitefield.Dentre os três,Whitefeld era pregador mais avivado com grander poder,que comovia no poder de Deus milhares de pessoas,tanto na Inglaterra como na América do Norte.Carlos Wesley era poeta compositor sacro,cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo.João W. foi sem duvida alguma,o indispenssavel dirigente e estadista do movimento.(notas,ibid,pp.164)


   INICIO DO AVIVAMENTO "OS QUAKERS"(1624-1691)



O fato do primeiro lider dizer aos fiéis para tremarem diante de Deus gerou o nome"quakres',Com a inexixtencia de sacramentos, os quakres permaneceram em silencio nos cultos,aguardando uma iluminação proveniente do Espirito Santo,a respeito do que dizer.Neste movimento há crenças na possibilidade de uma comunicação direta com Deus.George Fox foi o fundador desta organização evangelica na Inglaterra do seculo 18°.Nichols afirma""George Fox foi um dos mais avivdados lideres do seu tempo e fervoroso evangelista que alcançou grande numero de conversões.
De acordo com historiador Gaarner,os Quakers foram perseguidos na Inglaterra pela intolerancia religiosa,e acabaram emigrando para os Estados Unidos na época da colonização,onde William Pen conseguiu estabelecer uma colonia quakers.Este dispunha de uma grande porção e terra na América do Norte que mais tarde passou a ser conhecida como estado de Pensilvania.Neste lugar os quakers criaram comunidades regidas por principios de justiça,moralidade fraternidade nas relações humanas.Os quakers apesar de serem sinceros em sua fé eram extremamente radiacais,de tal modo que seguiam a orientação de Fox de considerar as instituições e autoridades locais.
Também violavam outras convenções sociais,por exemplo:não tiravam chapéu em respeito a ninguém,nem cumprimentavam quaisquer pessoa com "bom dia"ou"boa noite'.Evidentemente que isso resultou em grande antipatia por parte da sociedade.Talvez a crença na iminencia apocaliptica,explica excessos exajeros ou excessos.Entretanto com tempo esse carater escatologico perdeu-se e o fervor inicial deu lugar a uma religiosidade excessivamente mistica,sem o devido embasamento nas doutrinas biblicas e com uma visão da pessoa de Cristo um tanto equivocada.Segundo Gaarner"a maior parte dos 200 mil quakers do mundo mora nos Estados Unidos.(notas Gaarner,o livros da religiões,p.2000).
No periodo dos dias agitados anos de 1640 a 1650,na Inglaterra muntiplicam-se certos movimentos sectáricos .Alguns deles os Levellers e os Diggers,formaram seitas tanto religiosas como politicos.Outros fortemente demonstraram tendencia tanto religiosa como politica(relativismo ao milenio),especialemente  os homens da 5° monarquia.Ainda outros  revelaram  inclinações misticas,tais como os Seekers e os Finders.Mas destes movimentos ,o mais significativo e um dos mais notaveis da época das gerras civis foi a sociedade dos amigos Quekers Jorge Fox (1624-1691) foi um dos poucos genios da igreja da historia da Inglaterra.Filho de um tecelão,nasceu em Fenny Drayton.Cresceu fervoroso,aos 19 anos de idade foi convidado por alguns cristãos de nome apenas para participar de uma reunião para beber.Ficou tão escandalizado com o contraste entre a pratica  e as palavras,que se entregou á ansiosa procura  da realidade espiritual.Detestava toda sorte de falsidades.(notas,W.Walker,hist,da igreja,pp.160).
Sua experiencia transformadora e sempre central se deu em 1646.Dai lhe veio a firme convicção de que toda criatura recebe do Senhor uma porção de luz  e que se esta"luz interior'é seguida,ela seguramente a leva á luz da vida e á verdade espiritual.A revelação não está confiada ás Escrituras ainda sejam elas a verdadeira Palavra de Deus-ela ilumina todos quantos são discipulos verdadeiros.O Espirito Santo fala diretamente através desses discipulos,entrega-lhes sua menssagem e os estimula a servir.(notas,ibid,pp.160).
Fox começou seu tempestuoso ministério em 1647.Visto que Deus dá a luz interior onde quer,o verdadeiro ministério é o de qualquer homem ou mulher que ele queira chamar.Deve-se rejeitar o ministério simplesmente profissional e frio.A sinceridade  e o zelo espiritual das crenças de Fox sua aversão a todo aspecto de formalismo e sua ansia por intima experiencia espiritual,tiveram enorme força de atração.Ele obteve seguidores entre varios partidos puritanos e entre as seitas que haviam proliferado no solo puritano.Por volta de 1652,em Preston Patrick,no norte da Inglaterra ,se reuniu a primeira comunidade Quakers.Dois anos depois os Antigos se haviam expandido até Londres,Bristol e Norwich.Entre os primeiros conversos de Fox,Margarida Fell(1614-1702)foi a mais importante .Com ela contraiu matrimonio depois que ela ficou viuva,e a casa dela,Swartmore Hall,se converteu em quartel general para seus pregadores.(notas,ibid,w.walker,pp.161).
Por causa das  ciecunstancias da vida Inglesa,tal movimento encontrou extrema oposição.Antes de 1661 mais de 3 mil amigos ,incluindo Fox,haviam passado pela prisão.Cedo entre eles se manifestou tal zelo missionario que os Quakers foram levados a proclamar sua fé nos mais distantes lugares,como Jerusalém,ilhhas da Indias Ocidentais,Alemanha,Austria e Holanda.Em 1656 entraram em Massachusetts e em 1661 quatro foram enforcados.Para essa severidade há uma explicação,não justificação,quakers,comportamento que em qualquer época teria provocado a interferencia policial.(notas,ibid,pp161)
Tais extravagancia foram devido as á falta inicial de organização,assim como crença na imediata inspiração do Espirito.Fox persebeu a necessidade de ordem,a ao por 1666 as linhas principais da disciplina quacre estavam formuladas,ainda que enfrentando grande oposição.Foram estabelecidas!"reuniões todo mes" para vigiarem com rigor a vida e o comportamento dos membros.Antes da morte de Fox,em 1691,adquiriram os quakers as sóbrias carateristicas que desde então os distinguem. William Pen (16644-1718),filho do Almirante Sir William Pen,apos sua inclinação ao quacarismo desde 1661,abraçou totalmente suas crenças em 1666 e se tornou um dos mais eminentes pregadores e defensores literarios da fé.Resolveu achar na América a liberdade negada aos quakers na Inglaterra.Após auxiliar e enviar uns 800 a Nova Jersey em 1677-1678,Penn obteve de Carlos 2° a concessão da Pennylvania,em 1681,como cancelamento de uma divida da coroa para com seu pai.Em 1682 foi fundada Filadélfia estado americano e teve inicio um grande experimento colonial.O ato de tolerancia de 1689,deu alivio aos quakers,como a outros dissidentes quanto ás mais severas restrições,e lhes concedeu liberdade de culto.(ibid,pp.162)
Algo importante sobre Fox é que quando se sentia movido pelo Espirito Santo a falar e orar  em alguma igreja .Frequentemete,surgiam debates,em tais convenções,nos quais mostrava-lhes firme e convincente.Em certas ocasiões,suas palavras não eram bem aceitas ou não recebidas,e o golpeavam,atirando-lhe pedras.Mas isto não o afastava e logo encontrava-se em outra " com campanário",intemrrompendo o culto e proclamamando sua mensagem.O numero de seus seguidores cresceu rapidamente.No começo,davam-lhe a si mesmos o nome"filhos da luz".O própio Fox,preferia dar-lhes simplemente o titulo de "amigos"O povo,vendo que sua exaltação era tal que tremiam,deu-lhe o nome de "quakers". (notas,Justo l.Gonzalez,a era dos dogmas e das duvidas,pp.149).
As pregações de Fox e praticas  não eram do agrado de muitos.Os lideres religiosos não gostavam deles.Foz quando não estava preso,Fox passava parte do tempo em sua casa de Swarthmore,que veio a ser o quartel general dos quakers.No restante passava viajando pela Inglaterra e exterior,visitando assembleias de quakers e levando sua menssagem a novas regiões.Primeiro foi á escócia,onde o acusaram de sedição,depois a Irlanda,mais tarde passou 2 anos no Caribe e América do Norte e por ultimo,fez duas visitas ao continente Europeu(holanda e Alemanha.Em todos os lugares,o movimento se estende e na, morte de Fox,em 1691,seus seguidores atingiam dezenas de milhares.Esses seguidores foram perseguidos.Repetidamente,os eram presos,acusados de serem vadios,blasfemos,de iniciarem motins e não pagarem os dizimo.Quando em 1664,Carlos 2/,proibiu as assembleias ou reunião de culto,outros grupos comtinuavam reunindo em secreto.Mas os quakers resolveram faze-los o culto publico e milhares deles foram presos.Quando em 1689,Jaime  2° prolungou a tolerancia religiosa,os quakers contavam com centenas de martires,que haviam morrido na prisão.(notas,ibid,pp.152).

                 AVIVAMENTO DE MISSÕES NA INGLATERRA
                            PAI DE MISSÕES MODERNAS
                           GUILHERME CAREY(1761-1834)

                  (Notas,Herois da fé,Orlando Boyer,pp.95-102,cpad,Brasil)I

O menino Guilherme Carey, era apaixonado pelo estu­do da natureza. Enchia seu quarto de coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar al­cançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna. Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. - "Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o menino.

Diz-se que Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua vida.

Quando Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, per­manecia firme, dia após dia, mês após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida, não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no estrangeiro, mas também para executar a fa­çanha por incrível que pareça, de traduzir as Sagradas Es­crituras em mais que trinta línguas.

O avô e o pai do pequeno Guilherme eram sucessiva­mente professor e sacristão (Igreja Anglicana) da Paró­quia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensi­nar-lhe. Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre.

Aos doze anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino,por Dyche,. o qual decorou. Aos quatorze anos ini­ciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na loja encon­trou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que che­gou a reconhecer que era um pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras.

Não muito depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a deno­minação a que pertencia. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em pobreza, adquiria alguns li­vros usados. Um de seus métodos para aumentar o conhe­cimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em latim, em grego e em hebraico.

Com a idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão coti­diano. O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz.

Foi durante o tempo que ensinava geografia em Moul­ton, que Carey leu o livro As Viagens do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na pa­rede um grande mapa-mundi, que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres dis­poníveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de indus, na própria língua deles.

A denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão, achava-se em grande deca­dência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos mi­nistros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira segunda-feira de todos os meses" pe­dindo de Deus um grande avivamento da denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como aconte­ce muitas vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia.

As igrejas de então não aceitavam a idéia, que conside­ravam absurda, de levar o Evangelho aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e su­geriu que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável pre­sidente da reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando agradar a Deus converter os pa­gãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu."

Porém o fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se seguiram esforçou-se inin­terruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o as­sunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas."

Discursou sobre a importância de esperar grandes coi­sas de Deus e, em seguida, enfatizou a necessidade de ten­tar grandes coisas para Deus.

O auditório sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de "levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se unissem para susten­tá-los.

Apesar de a sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não tomou parte na sua for­mação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse tempo:"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde , quieto e constante; tem transmitido o espírito missio­nário aos corações dos irmãos, e agora quer que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem contente que formulem todos os planos".

Nem mesmo com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar Cristo aos países que ja­ziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a alcan­çar o alvo que Deus lhe marcara.

A igreja onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos deixe aquele a quem amamos mais que a nos­sa própria alma."Entretanto, o que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a Inglaterra com os fi­lhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para trabalhar na Índia que nem por isso vacilou.

Havia outro problema que parecia insolúvel: Era proi­bida a entrada de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas condições, conseguiram embarcar sem esse documento. In­felizmente o navio demorou algumas semanas e, pouco an­tes de partir, os missionários receberam ordem de desem­barcar.

A sociedade missionária, apesar de tantos contratem­pos, continuou a confiar em Deus; conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida es­posa que o acompanhasse. Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse: "Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer em culpa a minha alma."

Porém, antes de o navio partir, um dos missionários foi à casa de Carey. Grande foi a surpresa e o regozijo de todos ao saberem que esse missionário conseguiu induzir a espo­sa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar passagem.

Certamente a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos temporais, Carey apro­veitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua bengaleza.

Guilherme Carey aprendeu suficiente o bengali, duran­te a viagem, para conversar com o povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para ouvir em número sempre crescente.Carey percebeu a necessidade imperiosa de o povo pos­suir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para os maiores lingüis­tas.

Ninguém sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos ingleses com quem Carey teve contato, o tinham como louco; durante quase dois anos nenhuma carta da Inglater­ra lhe chegou às mãos. Muitas vezes faltava aos seus di­nheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil.

Durante mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort Williams. Fundou tam­bém, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização do país.

Ao chegar à Índia, Carey continuou os estudos que co­meçara quando menino. Não somente fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro "Flora Índica", outra de suas obras, foi consi­derada obra-prima por muitos anos.

Não se deve concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar na obra de ganhar almas.

Quando um de seus filhos começou a pregar, Carey es­creveu: "Meu filho, Félix, respondeu à chamada para pre­gar o Evangelho". Anos depois, quando esse filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desa­pontado e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix en­colheu-se até tornar-se um embaixador!"

Durante o período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra. Falava, embora com di­ficuldade, mais de trinta línguas da Índia, dirigia a tradu­ção das Escrituras em todas elas e foi apontado ao serviço árduo de tradutor oficial do governo. Escreveu várias gra­máticas indianas e compilou notáveis dicionários dos idio­mas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua, traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos.

Tudo isto era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que escreveu seu biógrafo:"Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar, na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas das suas obras avançavam juntas:

"Levantei-me hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os cria­dos. Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do sânscrito para o ramayuma. Tra­balhamos até as dez horas, quando então fui ao colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas da tradução de Jeremias em bengali, só findan­do em tempo para jantar. Depois do jantar, traduzi, ajuda­do pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois das seis assentei-me com um pundite de Te­linga, para traduzir do sânscrito para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pes­soas assistiram ao culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou escrevendo esta carta. De­pois, encerrei o dia com oração. Não há dia em que dispo­nha de mais tempo do que isto, mas o programa varia."

Com o avançar da idade, seus amigos insistiam em que diminuísse os seus esforços, mas a sua aversão à inatividade era tal, que continuava trabalhando mesmo quando a força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das traduções.

Finalmente, em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em Cristo.A humildade era uma das características mais destaca­das da sua vida. Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao ouvir casual­mente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um remendão."

Quando Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, po­rém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que to­dos os generais britânicos.Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Assim escreveu um de seus sucesso­res, o missionário Wenger: "Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções. Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresen­tarem o Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey."


O corpo de Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma grande parte do mundo.

Carlos Spurgeon   O príncipe dos pregadores  (1834-1892)
na Inglaterra.

No período da Inquisição, na Espanha, sob o reinado do imperador Carlos V, um número elevadíssimo de crentes foram queimados em praça pública ou enterrados vivos. O filho de Carlos V, Filipe II, em 1567, levou a perseguição aos Países Baixos, declarando que ainda que lhe custasse mil vezes a sua própria vida,limparia todo o seu domínio do "protestantismo". Antes da sua morte gabava-se ter mandado ao carrasco, pelo menos, 18.000 "hereges".
Ao começar esse reinado de terror nos Países Baixos, muitos milhares de crentes fugiram para a Inglaterra. En_tre os que escaparam do "Concilio de Sangue", encontra_va-se a família Spurgeon.
Na Inglaterra, o povo de Deus, contudo, não estava li_vre de toda a perseguição "passando a maior parte do tem_po sentado, por se achar fraco demais para se deitar". Os bisavôs de Carlos eram crentes fervorosos, criando os filhos na admoestação do Senhor. Seu avô paterno, depois de quase cinqüenta anos de pastorado no mesmo lugar, podia dizer: "Não passei nem uma hora triste com a minha igreja depois que assumi o cargo de pastor!" O pai de Carlos, Tiago Spurgeon, era o amado pastor de Stambourne.
Carlos, quando ainda criança, interessava-se pela lei_tura de "O Peregrino", pela história dos mártires e por di_versas obras de teologia. É impossível calcular a influência dessas obras sobre a sua vida.
Que era precoce nas coisas espirituais, vê-se no seguin_te acontecimento: Apesar de criança de apenas cinco anos de idade, sentiu profundamente o cuidado do avô, por cau_sa do procedimento de um dos membros da igreja, chama_do "Velho Roads". Certo dia, Carlos, a criança, encontran_do Roads em companhia de outros fumando e bebendo cer_veja, dirigiu-se a ele, dizendo: "Que fazes aqui, Elias?" O "Velho Roads" arrependido, contou, então, ao seu pastor, como a princípio se irou com a criança, mas por fim ficou quebrantado. Desde aquele dia, o "Velho Roads" andou sempre perto do Salvador.
Quando Carlos era ainda pequeno, foi por Deus con_vencido do pecado. Durante alguns anos sentia-se uma criatura sem esperança e sem conforto; visitava um lugar de culto após outro, sem conseguir saber como podia li_vrar-se do pecado. Então, quando tinha quinze anos de idade, aumentou nele o desejo de ser salvo. E aumentou de tal forma, que passou seis meses agonizando em oração. Nesse tempo assistiu a um culto numa igreja; nesse dia, o pregador não fora ao culto, por causa duma grande tem_pestade de neve. Na falta do pastor, um sapateiro se levan_tou para pregar às poucas pessoas presentes, e leu este tex_to: "Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da ter_ra" (Isaías 45.22). O sapateiro, inexperiente na arte de pre_gar, podia apenas repetir a passagem e dizer: "Olhai! Não vos é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não vos é necessário estudar no colégio para saber olhar; nem contri_buir com mil libras. Olhai para mim, não para vós mes_mos. Não há conforto em vós. Olhai para mim, suando grandes gotas de sangue. Olhai para mim, pendurado na cruz. Olhai para mim, morto e sepultado. Olhai para mim, ressuscitado. Olhai para mim, à direita de Deus". Em se_guida, fitando os olhos em Carlos, disse: "Moço, tu pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não obedeceres". Então gritou ainda mais: "Moço, olha para Je_sus! Olha agora!" O rapaz olhou e continuou a olhar, até que por fim, um gozo indizível entrou na sua alma.
O recém-salvo, ao contemplar o constante zelo do Ma_ligno, foi tomado pela aspiração de fazer todo o possível para receber o poder divino, para frustrar a obra do inimigo do bem. Spurgeon aproveitava todas as oportunidades para distribuir folhetos. Entregava-se de todo o coração a ensinar na Escola Dominical, onde alcançou, de início, o amor dos alunos e, por intermédio desses a presença dos pais na escola. Com a idade de dezesseis anos começou a pregar. Acerca desse fato ele disse: "Quantas vezes me foi concedido o privilégio de pregar na cozinha duma casa de agricultor, ou num celeiro!"
Alguns meses depois de pregar seu primeiro sermão, foi chamado a pastorear a igreja em Waterbeach. Ao fim de dois anos, essa igreja de quarenta membros, passou a ter cem. O jovem pregador desejava educar-se e o diretor duma escola superior, que estava de visita à cidade, mar_cou uma hora para tratar com ele acerca desse assunto. A criada, porém, que recebeu Carlos, por descuido, não cha_mou o professor e este saiu sem saber que o moço o espera_va. Depois, Carlos, já na rua, um tanto triste, ouviu uma voz dizer-lhe: "Buscas grandes coisas para ti? Não as bus_ques!" Foi então , ali mesmo que abandonou a idéia de es_tudar nesse colégio, convencido de que Deus o dirigia para outras coisas. Não se deve concluir, contudo, que Carlos Spurgeon resolveu não se educar. Depois disso, ele apro_veitava todos os momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou fama de ser um dos homens mais instruídos de seu tempo.
Spurgeon havia pregado em Waterbeach apenas du_rante dois anos quando foi chamado a pregar na Park Street Chapei, em Londres. O local era inconveniente para os cultos, e o templo, que tinha assentos para mil e duzen_tos ouvintes, era demasiado grande para os auditórios. Contudo, "havia ali um grupo de fiéis que nunca cessaram de rogar a Deus um glorioso avivamento". Este fato é as_sim registrado nas palavras do próprio Spurgeon: "No iní_cio, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Con_tudo, não me esqueço da insistência das suas orações. Às vezes parecia que rogavam até verem realmente presente o Anjo do Concerto (Cristo), querendo abençoá-los. Mais que uma vez nos admiramos com a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquanto o poder do Senhor nos sobrevinha... Assim desceu a bênção, a casa se encheu de ouvintes e foram salvas dezenas de almas!"
Sob o ministério desse moço de dezenove anos, a con_corrência aumentou em poucos meses a ponto de o prédio não mais comportar as multidões; centenas de ouvintes permaneciam na rua para aproveitar as migalhas que caíam do banquete que havia dentro da casa.
Foi resolvido reformar a New Park Street Chapei e, du_rante o tempo da obra, realizavam-se os cultos em Exeter Hall, prédio que tinha assentos para quatro mil e quinhen_tos ouvintes. Aí, em menos que dois meses, os auditórios eram tão grandes, que as ruas, durante os cultos, se torna_vam intransitáveis.
Quando voltaram para a Chapei, o problema, em vez de ser resolvido, era maior; três mil pessoas ocupavam o espaço preparado para mil e quinhentas! O dinheiro gasto, que alcançou uma elevada quantia, fora desperdiçado! Tornou-se necessário voltar para o Exeter Hall.
Mas nem o Exeter Hall comportava mais os auditórios e a igreja tomou uma atitude espetacular - alugou o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de Londres, construído para diversões públicas.
As notícias, de que os cultos passaram do Exeter Hall para Surrey Music Hall, eletrificaram toda a cidade de Londres. O culto inaugural foi anunciado para a noite de 19 de outubro de 1856. Na tarde do dia marcado, milhares de pessoas para lá se dirigiram para achar assento. Quan_do, por fim, o culto começou, o prédio no qual cabiam 12.000 pessoas, estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não puderam entrar.
No primeiro culto em Surrey Music Hall, notaram-se vestígios da perseguição que Spurgeon tinha de encarar.Ele estava orando, e depois da leitura das Escrituras, os inimigos da obra de Deus se levantaram, gritando: 'Togo! Fogo!" Apesar de todos os esforços de Spurgeon e de outros crentes, a grande massa de gente alvoroçou-se e movimen_tou-se em pânico, de tal modo que sete pessoas morreram e vinte e oito ficaram gravemente feridas. Depois que tudo serenou, acharam-se espalhados em toda a parte do pré_dio, roupas de homens e senhoras; chapéus, mangas de vestidos, sapatos, pernas de calças, mangas e paletós, xales, etc., objetos esses que os milhares de pessoas aflitas deixaram, na luta para escapar do prédio. Spurgeon com_portou-se com a maior calma durante todo o tempo da in_descritível catástrofe, mas depois passou dias prostrado, sofrendo em conseqüência do tremendo choque.
As notícias sobre as trágicas ocorrências durante o pri_meiro culto em Surrey Music Hall, em vez de prejudica_rem a obra, concorreram para aumentar o interesse pelos cultos. De um dia para outro Spurgeon, o herói do Sul de Londres, tornou-se um vulto de projeção mundial. Aceitou convites para pregar em cidades da Inglaterra, Escócia, Ir_landa, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores edifícios, em média oito a doze vezes por semana.
Nesse tempo, quando ainda moço, revelou como conse_guia entender, nas Escrituras, os textos difíceis, isto é, simplesmente pedia a Deus: - "Ó Senhor, mostra-me o sentido deste trecho!" E acrescentou: "É maravilhoso como o texto, duro como a pederneira, emite faíscas quan_do batido com o aço da oração." Quando mais velho, disse: "Orar acerca das Escrituras, é como pisar uvas no lagar, trilhar trigo na eira, ou extrair ouro do minério."
Acerca da vida familiar, Susana, a esposa de Spurgeon, assim escreveu: "Fazíamos culto doméstico, quer hospeda_dos em um rancho nas serras, quer num suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença de Cristo, que muitos crentes dizem impossível alcançar, era para ele a atmosfera natural; ele vivia e respirava nele (em Deus).
Antes de iniciar a construção do famoso templo em Londres, o Metropolitan Tabernacle, Spurgeon, com al_guns dos seus membros, se ajoelharam no terreno entre as pilhas de materiais e rogaram a Deus que não permitisse que trabalhador algum morresse ou ficasse ferido durante a execução das obras de construção. Deus respondeu mara_vilhosamente, não deixando acontecer qualquer acidente durante o tempo da construção do imponente edifício que media oitenta metros de comprimento, vinte e oito de lar_gura e vinte de altura.
A igreja começou a edificar o tabernáculo com o alvo de liquidar todas as dívidas de materiais e pagar toda a mão-de-obra antes de findar a construção. Como de costume, pediram a Deus que os ajudasse a realizar esse desejo, e tudo foi pago antes do dia da inauguração.
"O Metropolitan Tabernacle foi acabado em março de 1861. Durante os trinta e um anos que se seguiram, uma média de 5.000 pessoas se congregavam ali todos os domin_gos, pela manhã e à noite. De três em três meses Spurgeon pedia aos que haviam assistido neste período, que se au_sentassem. Eles assim faziam, porém, o tabernáculo era superlotado por outras pessoas das massas ainda não al_cançadas pela mensagem."
Durante certo período, pregou trezentas vezes em doze meses. O maior auditório, no qual pregou, foi no Crystal Palace, Londres, em 7 de outubro de 1857. O número exato de assistentes era de 23.654. Spurgeon esforçou-se tanto nessa ocasião, e o cansaço foi tal, que após o sermão da noi_te de quarta-feira, dormiu até a manhã de sexta-feira!
Todavia, não se deve julgar que era somente no púlpito que a sua alma ardia pela salvação dos perdidos. Também se ocupava grandemente no evangelismo individual. Nesse sentido citamos aqui o que certo crente disse a respeito de_le: "Tenho visto auditórios de 6.500 pessoas inteiramente levadas pelo fervor de Spurgeon. Mas ao lado de uma criança moribunda, que ele levara a Cristo, achei-a mais sublime do que quando dominava o interesse da multi_dão".
Parece impossível que tal pregador tivesse tempo para escrever. Entretanto os livros da sua autoria, constituem uma biblioteca de cento e trinta e cinco tomos. Até hoje não há obra mais rica de jóias espirituais do que a de Spur_geon, de sete volumes sobre os Salmos: "A Tesouraria de Davi". Ele publicou tão grande número de seus sermões,que, mesmo lendo um por dia, nem em dez anos o leitor os poderia ler todos. Muitos foram traduzidos em várias línguas e publicados nos jornais do mundo inteiro. Ele mesmo escrevia grande parte da matéria para seu jornal, "A Espada e a Colher", título este sugerido pela história da construção dos muros de Jerusalém no tempo angustioso de Neemias.
Além de pregar constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em vários outros ra_mos de atividades. Inspirado pelo exemplo de Jorge Müller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pediam a Deus e recebiam o necessário para levantar prédio após prédio e alimentar centenas de crianças desamparadas.
Reconhecendo a necessidade de instruir os jovens cha_mados por Deus a proclamar o Evangelho, e, assim, alcan_çar muito maior número de perdidos, fundou e dirigiu o Colégio dos Pastores, com a mesma fé em Deus que mos_trou na obra de cuidar dos órfãos.
Impressionado pela vasta circulação de literatura vicio_sa, formou uma junta de vendagem de livros evangélicos. Dezenas de vendedores foram sustentados e milhares de discursos feitos, além de muitas toneladas de Escrituras e outros livros vendidos de casa em casa.
Acerca de tão estupendo êxito na vida de Spurgeon, convém notar o seguinte: Nenhum dos seus antepassados alcançou fama. Sua voz podia pregar às maiores multi_dões, mas outros pregadores sem fama gozavam também da mesma voz. O Príncipe dos Pregadores era, antes de tu_do, O Príncipe de Joelhos. Como Saulo de Tarso, entrou no Reino de Deus, também agonizando de joelhos. No caso de Spurgeon, essa angústia durou seis meses. Depois (assim aconteceu com Saulo) a oração fervorosa era um hábito na sua vida. Aqueles que assistiam aos cultos no grande Ta-bernáculo Metropolitano diziam que as orações eram a parte mais sublime dos cultos.
Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, O Príncipe de Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Taber_nacle e dizia: "Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplican_do ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bênçãos."
Spurgeon costumava dirigir-se aos alunos no Colégio dos Pastores desta forma: "Permanecei na presença de Deus!... Se o vosso fervor esfriar, não podereis orar bem no púlpito... pior com a família... e ainda pior nos estudos, so_zinhos. Se a alma se tornar magra, os ouvintes, sem sabe_rem como ou por quê, acharão que vossas orações públicas têm pouco sabor."
Ainda sobre a oração, sua esposa deu este testemunho: "Ele dava muita importância à meia-hora de oração que passava com Deus antes de começar o culto." Certo crente também escreveu a esse respeito: "Sente-se, durante a sua oração pública, que ele é um homem de bastante força para levar nas mãos ungidas as orações duma multidão. Isto é a idéia mais grandiosa, de sacerdote entre Deus e os homens".
Convicto do grande poder da oração, Spurgeon desig_nou o mês de fevereiro, de cada ano, no Grande Taberná_culo, para realizar a convenção anual e fazer súplicas por um avivamento na obra de Deus. Nessas ocasiões, passa_vam dias inteiros em jejum e oração, oração que se tornava mais e mais fervorosa. Não só sentiam a gloriosa presença do Espírito Santo nesses cultos, mas era-lhes aumentado o poder com frutos abundantes.
Na sua autobiografia, desde o começo do seu ministério em Londres, consta que pessoas gravemente enfermas fo_ram curadas em resposta às suas orações.
A vida de Spurgeon não era vida egoísta e de interesse próprio. Juntamente com sua esposa, fez os maiores sa_crifícios para colocar livros espirituais nas mãos de um grande número de pregadores pobres e ambos contribuíam constantemente para o sustento das viúvas e órfãos. Rece_biam grandes somas de dinheiro, mas davam tudo para o progresso da obra de Deus.
Não buscava fama nem a honra de fundador de outra denominação, como muitos amigos esperavam. A sua pre_gação nunca foi feita para sua própria glória, porém tinha como alvo a mensagem da Cruz, para levar os ouvintes a Deus. Considerava seus sermões como se fossem setas e dava todo o seu coração, empregava toda a sua força espi_ritual em produzir cada um. Pregava confiando no poder do Espírito Santo, empregando o que Deus lhe concedera para "matar" o maior número de ouvintes.
"Carlos Hadon Spurgeon recebia o fogo do Céu, estu_dando a Bíblia, horas a fio, em comunhão com Deus."
Cristo era o segredo do seu poder. Cristo era o centro de tudo, para ele; sempre e unicamente Cristo.
J. P. Fruit disse: "Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado."
As suas últimas palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: "Oh! querida, tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor!" Ela, ao ver, por fim, que seu marido passaria para o outro lado, caiu de joe_lhos e com lágrimas exclamou. "Oh! bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante todo o futuro."
Seis mil pessoas assistiram ao culto de funeral. No cai_xão estava uma Bíblia aberta, mostrando este texto usado por Deus para convertê-lo: "Olhai para mim, e sede salvos, todos os confins da terra."
O cortejo fúnebre passou entre centenas de milhares de pessoas postadas em pé nas calçadas; os homens des_cobriam-se à passagem do cortejo e as mulheres choravam.
O túmulo simples do célebre Príncipe dos Pregadores, no cemitério de Norwood, testifica da verdadeira grandeza da sua vida. Ali estão gravadas estas humildes palavras:Aqui jaz o corpo de CARLOS HADON SPURGEON.

  Notas fontes herois da fé Orlando Boyer,1990,cpad)

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