DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO

       
                

    
     
 
                                 DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO 
  
                                A Divindade do Espírito Santo





Antes de William Seymour chegar a Los Angeles em 1906, fora evangelista no Mississipi e pastor da igreja da Santidade, na cidade de Houston, Texas. Enquanto esteve no Mississipi conheceu diversas pessoas que foram influenciadas pelo ministério de Charles Fox Parham (1873-1929), ministro em Topeka, Kansas. Parham dirigia a Escola Bíblica Betel, quando às 19h do dia 1 de Janeiro de 1901, a senhora Agnes Ozman, recebeu o Batismo com o Espírito Santo com a evidência física de falar em outras línguas conforme Atos 2.4. Durante aquela reunião, Jesus batizou todos os presentes com o Espírito Santo, inclusive o professor Parham. O avivamento em Topeka espalhou-se por todo o país, de modo que, no Mississipi, Seymour foi profundamente influenciado pelos testemunhos daqueles que experimentaram a renovação espiritual mediante o poder pentecostal.


                           A doutrina do Espírito Santo

 é chamada nos estudos teológicos de “pneumagiologia”; procedente de três termos gregos:pneuma (espírito), hagios (santo) e logia (estudo, ciência). Esta definição é mais precisa do que “pneumatologia” (lit. estudo do espírito) que se refere ao estudo teológico de fatos relacionados ao espírito de modo geral, sejam anjos, ou a parte imaterial do homem.
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo.

Histórica dos Avivamentos II”, que inclui os morávios, wesleianos, os movimentos de tradição de fronteira, e o pentecostalismo da Rua Azusa. Trata-se de um resumo que se propõe a contextualizar o movimento pentecostal de Los Angeles, dentro dos periódicos avivamentos na História da Igreja. É claro que não foram mencionados os nomes de extraordinários servos de Deus como Jonatas Edwards (1703-1758), George Whitefield (1714-1770), Charles Finney (1792-1875) entre outros, pois o objetivo é concentrar-se nos movimentos avivalistas e não, exclusivamente, nas pessoas. No entanto, basta relacionar a data do ministério destes intrépidos avivalistas aos movimentos citados. Reproduza o gráfico abaixo de acordo com os recursos disponíveis

Estudaremos sobre o Espírito Santo no tocante a sua natureza divina. O eterno Deus revela muito de Si mesmo na Bíblia e, de igual modo, o Filho, mas o Espírito Santo não, pois não fala de Si mesmo, como disse Jesus em João 16.13. Outrossim, Ele não aparece com nomes revelados como o Pai e o Filho e, sim, com títulos descritivos da sua natureza e missão entre os homens. “Espírito Santo”, por exemplo, não é rigorosamente um nome apelativo, mas um título descritivo. Ele habita em nós; portanto, suas operações são invisíveis, nas profundezas do nosso ser interior.

   O que o Antigo Testamento ensina sobre o Espírito Santo

                     1. O Significado da Palavra

No início, notamos o significado do termo em si. A partir do significado primário da palavra, que é “vento”, como se referindo à natureza, surge a ideia de respiração no homem e daí a respiração, o vento ou o Espírito de Deus. Nós não temos nenhuma maneira de identificar exatamente como as mentes dos escritores bíblicos ligavam o anterior sentido literal da palavra com o Espírito Divino. Quase todas as sombras, da mais baixa a mais alta aparecem no Velho Testamento, e não é difícil conceber como o significado original mais estreito foi gradualmente expandido para o maior e mais amplo. Os seguintes são alguns dos tons de uso no Antigo Testamento. A partir da noção de vento ou a respiração,
 ruahpassou a significar: (1) O princípio da própria vida; espírito, nesse sentido, indicava o grau de vitalidade: “Meu espírito está consumido, meus dias estão extintos” (Jó 17:1; também Jz 15:19; 1Sam 30:12); (2) os sentimentos humanos de vários tipos, como a raiva (Jz 8:3; Prov 29:11), desejo (Isa 26:9), coragem (Jos 2:11); (inteligência) (Exo 28:3; Isa 29:24); (disposição) geral (Sal 34:18; 5: 17; Prov 14:29; 16:18; 29:23).

Sem dúvida, os escritores bíblicos o pensamento do homem como criado à imagem de Deus (Gen 1:27), e foi fácil para eles pensar em Deus como sendo um homem. É notável que o seu antropomorfismo não vai mais longe. Eles preservam, no entanto, uma concepção altamente espiritual de Deus, em comparação com a das nações circunvizinhas. Mas, como a respiração humana era uma parte invisível do homem, e que representava sua vitalidade, sua vida e energia, foi fácil transferir a concepção de Deus no esforço para representar sua ação enérgica e transitiva sobre o homem e a natureza. O Espírito de Deus, portanto, como baseada na idéia do ruah, ou respiração, do homem, significa originalmente a energia ou o poder de Deus (Isa 31:3; comparar com Davidson,
 Teologia do Antigo Testamento (em inglês), 117-18), como em contraste com a fraqueza da carne



              O PODER EFICAZ DO ESPÍRITO SANTO (vv.4,5)

1. Demonstração de poder (v.4). É do Espírito Santo que flui a vida, bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16; At 1.8). Esta é uma evidência da deidade do Espírito Santo: Ele tem autoridade e poder inerentes. Em todo o Novo Testamento, o versículo 4 é a única referência em que aparece no original o termo traduzido por “demonstração” do Espírito Santo. Literalmente, o termo designa uma demonstração operacional, prática e imediata do Espírito Santo na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo (vv.4,5).
Isso contrasta nitidamente com os métodos repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que tentavam conseguir discípulos mediante recursos retóricos e argumentação filosófica (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor Jesus Cristo! A oratória desses mestres era somente um espetáculo teatral vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. Em Paulo, ao contrário, operava o poder de Deus (vv.4,5; Cl 1.29; 1 Ts 1.5; 2 Co 13.10).
2. O poder de Deus mediante o Espírito (v.5). Esse divino poder é manifestado através da pregação do evangelho de Cristo em cinco ocasiões específicas: a) na conversão dos ouvintes (At 2.37,38); b) no batismo com o Espírito Santo (At 10.44); c) na expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20); d) na cura divina dos enfermos (At 3.6-8); e) na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).

           A ONISCIÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO (vv.10,11)

O Espírito Santo conhece todas as coisas. Este é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira declaração denota a permanência do Espírito em nós; a segunda, sua presença dentro de nós.
1. O Espírito Santo revela (vv.9,10). Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela, já nesta vida, as infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos e muito mais na outra. O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas maravilhas (Is 64.4; 52.15). Os demais profetas também tiveram a revelação divina dessas coisas admiráveis que os santos desfrutarão na glória (1 Pe 1.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (v.10).
2. O Espírito Santo como Mestre (v.13). Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja, como já estava predito em Provérbios 1.23. Concernente a esta missão, Jesus declarou: “o Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26; Lc 12.12).
3. Diferentes espíritos mencionados (vv.4-12). O “Espírito de Deus” é mencionado nos vv.4,10-14. O Espírito de Deus deve ter toda primazia em nossas vidas. O “espírito do homem” é mencionado no v.11. Ele só entende as coisas humanas e naturais (Pv 20.27; 27.29; Jr 17.9). A passagem em apreço também alude ao “espírito do mundo” (v.12), que é pecaminoso e nocivo ao cristão (1 Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
4. Diferentes coisas mencionadas (vv.9-13). Seis diferentes “coisas” são aqui mencionadas. Uma dessas, refere-se à esfera humana; as demais são da parte de Deus: a) “Coisas que Deus preparou para os que O amam” (v.9); b) “Coisas das profundezas de Deus” (v.10); c) “Coisas do homem” (v.11); d) “Coisas de Deus” (v.11); e) “Coisas espirituais” (v.13); f) “Coisas do Espírito de Deus” (v.14).
5. Diferentes homens mencionados (vv.14,15). A Palavra de Deus divide a humanidade em três grupos de pessoas, isto no sentido espiritual:
a) O homem natural — literalmente “homem controlado pela alma” (v.14). Este não é salvo e vive de acordo com a natureza adâmica, por isso, é chamado natural.
b) O homem espiritual — isto é, “homem controlado pelo Espírito” (v.15). Este é aquele que o Espírito Santo governa e rege seu espírito, alma e corpo. Nele, o “eu”, pela fé em Cristo, está crucificado (Rm 6.11; Gl 2.19,20).
c) O homem carnal — ou seja, “homem controlado pela natureza carnal” (3.3). Trata-se do crente espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — menino em Cristo (3.1). A vida do crente carnal é mista, dividida. Esse crente vive um conflito interior entre a natureza humana e a divina, sendo a sua alma o campo de batalha (Gl 5.13-26).
Ninguém pode escapar dessa classificação. Todos nós somos um desses “homens” diante de Deus. Identifique-se, você, homem ou mulher!


                          A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

1. O Espírito Santo e seus atributos divinos. Na Leitura Bíblica em Classe, o Espírito Santo (vv.4,10-14) é mencionado juntamente com o Senhor Deus (vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (vv.2,8,16). Isto denota a divindade do Espírito Santo. A Bíblia afirma que Ele é:
a) Eterno. Eterno significa infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo.
b) Onipotente. Ele tem pleno poder sobre todas as coisas (Sl 104.30). É denominado Senhor (2 Co 3.16-18); Criador (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10).
c) Onisciente. Tudo é do seu pleno conhecimento.
2. O Espírito Santo é mencionado com o Pai e o Filho. É uma das evidências da sua divindade, senão vejamos:
a) Na fórmula doutrinária do batismo (Mt 28.19). A Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da Santíssima Trindade fossem uma só; mas “em nome”, singular, distinguindo cada Pessoa: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
b) Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja (2 Co 13.13).
c) Na doutrina da habitação do Espírito no crente (Rm 8.9).
d) Na descrição bíblica do estado do crente diante de Deus (1 Pe 1.2).
e) Na diretriz ao povo de Deus (Jd vv.20,21). Neste texto, o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida o Pai e, por fim, o Filho. Semelhante ocorre na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6), em que o Espírito é mencionado primeiro, seguido do Senhor Jesus e do Pai.
f) Na saudação bíblica às sete igrejas da Ásia (Ap 1.4,5).

              A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO (v.11)

Personalidade é o conjunto de atributos de várias categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são chamados também de inteligência, afetividade e autodeterminação.
1. Atributos de personalidade. No Espírito Santo, vemos esta triplicidade de atributos, a saber: intelecto (v.11); sensibilidade (Ef 4.30); vontade (1 Co 12.11; Rm 8.27). Como membro da unidade trina de Deus, o Espírito Santo é uma Pessoa.
2. Unidade e distinção. O fato de o Espírito Santo ser um com Deus e com Cristo e, ao mesmo tempo, distinto dEles, é parte do grande mistério da Trindade Santa. Portanto, o Espírito Santo não é uma influência, poder, energia ou unção, como os heréticos concluem e ensinam, mas uma Pessoa divina e real. Em João 14.26; 15.26; 16.8,13,14, Jesus refere-se ao Espírito Santo empregando o pronome pessoal “Ele” (“ekeinos”), pronome pessoal e determinativo no original. Por sua vez, o divino Espírito chama a Si mesmo “Eu”, em Atos 10.19,20. Esta é uma inegável evidência da sua personalidade. 

Deus é uno e ao mesmo tempo triúno (Gn 1.1, 26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo 5.7). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três divinas e distintas Pessoas. São verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina (1 Tm 4.6).

Espírito Santo é Deus.O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.
1. O Espírito Santo é chamado Deus (At 5.3,4) e Senhor (2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6.1-3), escreveu: ‘Ouvi a voz do Senhor...vai e diz a este povo’ (Is 6.8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: ‘Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo’ (Cf. At 28.25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus.
2. O Espírito Santo faz parte da Santíssima Trindade. Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13) e, a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim, há ‘um só Espírito’ (Ef 4.4); ‘um só Senhor’ (Ef 4.5); e ‘um só Deus e Pai de todos’ (Ef 4.6). O Espírito é chamado ‘Espírito de Deus’ (Rm 8.9); ‘Espírito do Pai’ (Mt 10.20); ‘o Espírito de Cristo’ (Rm 8.9; 1 Pe 1.11); ‘o Espírito de Jesus’ (At 16.7), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo está presente (Jo 14.18).
3. Ao Espírito Santo são atribuídas obras exclusivas da divindade. Ele tomou parte ativa na criação em geral (Sl 104.30), na criação do mundo (Gn 1.2) e na criação especial do homem (Jó 33.4). Ele inspirou a Palavra de Deus (1 Pe 1.11; 2 Pe 1.21).
4. Ao Espírito Santo são atribuídas as características essenciais da divindade. Ele possui eternidade (Hb 9.14), é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-10) e onipotente (Lc 1.35; 1 Co 12.11)”.(BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, p.82-3.)

“Verbalização Inspirada pelo Espírito Santo Antes do Pentecostes.

No Antigo Testamento, o Espírito Santo se manifestou em uma variedade de formas. De fato, virtualmente tudo o que o Novo Testamento fala sobre sua obra e seu ministério já foi encontrado, de algum modo, no Antigo Testamento. Mas, no Antigo Testamento, a obra recorrente com mais características do Espírito é aquela de verbalização inspirada. Os livros proféticos, tanto os maiores quanto os menores, são vistos na dedução de que o Espírito inspirou os escritores: ‘Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’ (2 Pe 1.21). Além disso, houve muitas situações em que as pessoas profetizaram oralmente sob a ação do Espírito. Repetidamente, encontramos relatos de pessoas profetizando quando o Espírito do Senhor veio sobre elas (por exemplo, Nm 11.25.26; 24.2.3; 1 Sm 10.6,10; 19.20.21). A inspiração oral do Espírito para profetizar é o elo que conecta as verbalizações oraculares do Antigo Testamento com: (1) a predição de Joel de que um dia todo o povo de Deus iria profetizar (Jl 2.28,29) e (2) o desejo intenso de Moisés — o próprio Moisés sendo um profeta de que todo o povo de Deus fosse profetizar (Nm 11.29).



À luz de tudo isso, vemos uma conexão clara entre as verbalizações inspiradas pelo Espírito no Antigo Testamento e experiências comparáveis às de pessoas no pré-pentecostes, incidentes neotestamentários registrados em Lucas 1 a 4. Isso traz à compreensão correta de que o conceito de profetizar é focalizado na fonte e não necessariamente inclui um elemento preditivo. Mas esses registros no Evangelho de Lucas antecipam os derramamentos maiores e mais inclusivos do Espírito registrados no livro de Atos. Será instrutivo ver como as experiências de crentes com o Espírito em Atos se relacionam com aquelas de seus predecessores. Essa volta ao Antigo Testamento e Lucas 1 a 4 para uma compreensão do cumprimento da profecia de Joel é indispensável, porque estabelece uma ligação clara entre as experiências dos crentes do Novo Testamento e aquelas dos tempos antigos” (PALMA. A. D. O Batismo no Espírito Santo e com Fogo: Os Fundamentos Bíblicos e a Atualidade da Doutrina Pentecostal. 1.ed., RJ: CPAD, 2002, pp.54.55).


                 ESPIRITO SANTO NO MINISTERIO DE JESUS


Aqui podemos selecionar apenas alguns pontos para ilustrar uma verdade muito maior. Os escritores dos evangelhos, especialmente Lucas, concebidam em todo o ministério de Jesus como estando sob o poder do Espírito Santo. Depois de declarar que Jesus estava “cheio do Espírito Santo” e que foi levado pelo Espírito no deserto por quarenta dias, em Luc 4:1, ele declara, em Luc 4:14, que Jesus “retornou no poder do Espírito para a Galiléia.” Isto é seguido no versículo seguinte, um resumo geral de suas atividades: “E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos.” Então, como que para completar o ensino como a relação entre o Espírito de Jesus, ele narra a visita à Nazaré e a citação por Jesus na sinagoga das palavras de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim”, com a descrição detalhada da sua atividade messiânica, ou seja, a pregação aos pobres, o anúncio da liberação aos cativos, a recuperação da vista aos cegos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor (Isa 61:1f). Jesus proclama o cumprimento desta profecia em si mesmo (Luc 4:21). Em Mat 12:18 uma citação de Isa 42:1-3 é feita em conexão com o trabalho de cura milagrosa de Jesus. É uma passagem de rara beleza e descreve o Messias como um tranquilo e discreto ministro das necessidades humanas, dotado de poder irresistível e paciência infinita. Assim, os ideais do Antigo Testamento sobre as operações do Espírito de Deus se realizam, especialmente no ministério público de Jesus. Os termos globais da descrição tornam incontestavelmente claros em que os escritores do Novo Testamento encaravam toda a vida pública de Jesus como sendo dirigida pelo Espírito de Deus. Precisamos apenas ler os registros evangélicos, a fim de preencher os detalhes.

Os milagres de Jesus foram operados por meio do poder do Espírito Santo. Às vezes, ele é tomado como se fosse por um sentido da urgência em sua obra, de alguma forma, como para impressionar os espectadores com a presença de um estranho poder que opera nele. Em um caso, os homens acham que Ele está fora de si (Mar 3:21); na outra, eles ficam impressionados com a respeitabilidade de seu ensino (Mar 1:22); noutro Sua intensa devoção à sua tarefa faz esquecer as necessidades corporais (Jo 4:31); novamente os homens acham que ele tem um demônio (Jo 8:48), ao mesmo tempo Ele é tomado por uma alegria arrebatadora quando os 70 retornam de sua viagem de sucesso evangelístico, e Lucas declara que naquela hora se alegrou Jesus no Espírito Santo (Luc 10:21; comparar Mat 11:25). Esta passagem inteira é notável, e contém elementos que apontam para a concepção de João sobre Jesus, em que Harnack está disposto a desacreditar em determinados pontos (ditos de Jesus, 302). Um dos aspectos mais impressionantes desta atividade do Espírito em Jesus é a sua intensidade reprimida. Em nenhum lugar existe falta de auto-controle. Em nenhum lugar existe evidência de uma atitude fria didática, por um lado, ou de uma rédea solta à vontade, por outro. Jesus é sempre um Mestre intensamente envolvido no poder divino. Os milagres possuem um grande contraste com os milagres dos evangelhos apócrifos. Nestes últimos, todos os tipos de ações do poder arbitrário são atribuídos a Jesus quando menino. Em nossos Evangelhos, pelo contrário, nenhum milagre é operado até depois de sua unção com o Espírito no batismo.

Um tópico de interesse especial é o da blasfêmia contra o Espírito Santo. Jesus expulsou os demônios pelo poder do Espírito de Deus. Em Mat 12:31; Mar 3:28m; Luc 12:10, temos a declaração de que a blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado imperdoável. Marcos particulariza a ofensa dos acusadores de Jesus, dizendo que eles disseram de Jesus, “Ele tem um espírito imundo.” A blasfêmia contra o Espírito parece ter sido a rejeição não apenas de Jesus e suas palavras, o que pode ser devido a várias causas. Foi, sim, o pecado de atribuir às obras da misericórdia divina, que tinham todas as marcas de sua origem na bondade de Deus – à uma fonte diabólica. A acusação era de que Ele expulsava os demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios. Não devemos supor que a natureza do pecado imperdoável contra o Espírito Santo foi devido a algo arbitrário no regime de Deus sobre o pecado. A atitude moral e espiritual envolvido na acusação contra Jesus era simplesmente sem esperança. Ela pressupõe uma distorção, ou deslocação, de natureza moral da verdade em tal grau, uma maldade tão profunda, uma insensibilidade às influências divinas de forma tão completa, que nenhum núcleo moral permaneceria, em que o amor misericordioso de Deus pudesse operar. Veja blasfêmia.notas
Fonte: International Standard Bible Encyclopedia de James Orr, M.A., D.D., Editor General


 


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